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domingo, 29 de julho de 2012

Doutrina Bíblica da Oração - Os ensinos de Jesus, de Paulo e dos apóstolos




Sexta Lição - 05 de agosto – A oração no Novo Testamento – Os ensinos de Jesus Cristo

a)       Mt 6:5-15 – A oração pessoal e íntima
Nosso Senhor condenou todo tipo de exibicionismo na oração. Ela é assunto entre nós e Deus, assim, tudo que fizermos ‘para ser vistos pelos homens’ é um elemento estranho. Esse exibicionismo costuma aparecer de várias formas, por meio de palavras e discursos impressionantes, por meio de posturas e gestos, por um tom de voz forçado, etc. É especialmente reprovável, quando alguém se utiliza da oração pública para tentar impressionar as pessoas com a sua espiritualidade ou o seu conhecimento. O teste da espiritualidade verdadeira é aquela vida de oração que acontece somente entre a pessoa e Deus. Se Deus é Aquele a quem falamos na oração, se Ele nos vê e ouve a todo tempo e todo lugar, ninguém precisa saber o quanto oramos, e nossa sinceridade é provada quando escondemos dos outros o tamanho da nossa devoção.

b)       Mt 21:18-22 – A oração com fé
“A porta está fechada para a oração, a não ser que seja aberta com a chave da fé”[1]. “Deus não presta atenção à pompa das palavras ou à variedade de expressões, mas à sinceridade e à devoção do coração. A chave abre a porta não porque é dourada, mas porque se encaixa na fechadura. Não dê importância à quantidade de suas orações, isto é, à duração ou ao número delas. Estas coisas nada valem diante de Deus, que não conta, mas pesa as orações”. De fato a fé não é somente o poder para grandes feitos em oração, mas o requisito mínimo para começarmos a orar: sem fé é impossível agradar [a Deus]; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam (Hb 11:6).

c)        Mc 9:14-24 – A oração impossível
“A oração pode fazer qualquer coisa que Deus pode fazer”, pois o poder não está no crente que ora, mas no Deus a quem ele ora. Para esse Deus, nada é impossível (Lc 1:37), portanto também na oração tudo é possível ao que crê nesse Deus (Mc 9:23). Entretanto essa maravilhosa verdade será inútil se for pervertida para um tipo de religião pretensiosa e triunfalista. Gostamos da declaração da capacidade de Deus, mas esquecemos que ela vem num contexto de confissão da incapacidade do homem. Sim, Deus estende Sua Graça, mas a prioridade é para aqueles que confessam: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade (Mc 9:24), e reconhecem que sem Ele, nada podemos fazer (Jo 15:6). Erra completamente o alvo aquele que pensa que a fé é um poder natural que ele precisa desenvolver de seu interior. Não, a fé não vem de vós, é dom de Deus (Ef 2:8). Por isso que devemos pedir: acrescenta-nos a fé (Lc 17:5).


d)       Lc 18:1-8 – A oração persistente
“Devemos ficar contentes com o fato de Deus fazer-nos esperar pela misericórdia. Grande parte de nossa santificação consiste em esperar uma resposta às nossas orações.” Esperar e insistir é ato de adoração dos mais puros, pois com isso dizemos a Deus que nossa esperança está unicamente nEle, e só Ele tem todo o poder e autoridade para resolver a nossa questão. Assim como os olhos dos servos atentam para as mãos dos seus senhores, e os olhos da serva para as mãos de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o SENHOR nosso Deus, até que tenha piedade de nós. (Sl 123:2)

e)       Lc 21:34-38 – A oração vigilante
Nosso Senhor disse "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca."  (Marcos 14 : 38). Oração vigilante é aquela que está atenta a qualquer fraqueza ou possibilidade de pecado e queda. É necessário lembrar que o crente, ainda que convertido, vive em constante luta do Espírito contra a carne, daí que, se ele interromper a comunhão com o Espírito Santo, deixando de orar, inevitavelmente a carne vai crescer em poder pecaminoso na sua vida.

f)        Jo 16:7-13 – A oração no Espírito
“As verdadeiras orações são como pombos-correios que encontram seu caminho com extrema facilidade; elas não podem deixar de ir para o céu, pois é do céu que procedem; elas estão apenas voltando para o lugar de onde vieram. A oração vem de Deus e... o tempo todo ele nos está treinando para orarmos. A oração movida pelo Espírito Santo é o som dos passos dos decretos divinos.” Quanto mais humildade teríamos se sempre lembrássemos que a própria capacidade de orar vem do Espírito Santo, quão maior gratidão também teríamos a Deus, por Ele não nos deixar esquecer dEle, mas nos atrair a Si em todo o tempo!!!
 

Sétima Lição – 12 de agosto - A oração no Novo Testamento – Os ensinos de Paulo

a)       Rm 8:31-39 – Uma oração de vitória
Paulo tinha acabado de declarar o favor do Pai, e as intercessões do Filho e do Espírito pelos escolhidos de Deus. Ora, que reação pode ele ter a não ser de exultação triunfante na invencibilidade do Deus Triúno? Tudo que Ele planejou se cumprirá, Sua salvação não pode ser perdida e mesmo todo o mal contribuirá para o bem dos que Lhe amam. Tal deve ser um modelo de espírito confiante nas nossas orações, olhando para os planos eternos, infalíveis e invencíveis de Deus a favor do Seu povo.

b)       Rm 11:33-36 – Uma oração de adoração
Adorar a Deus é reconhecer tudo que Ele é e faz. Os atributos invocados nessa oração são essenciais, até para que qualquer oração faça sentido: dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas.  Por isso que podemos pedir tudo a Ele, e esperar tudo dEle. Pois Deus é o dono de tudo, o sustentador de tudo e o alvo de tudo. Podemos olhar para qualquer direção deste mundo e encontrar motivos para agradecer ou interceder, pois o nosso Deus controla tudo que está à nossa volta, e tem poder para mudar tudo, e é o responsável por tudo. Glória pois a Ele eternamente, da parte de todos os que já entendem isso!

c)        1Co 1:4-9 – Uma oração de gratidão
“O cristão está indeciso entre bênçãos recebidas e bênçãos esperadas; portanto, ele deve sempre dar graças.” Agradecimento é reconhecimento, retribuição, elogio, tributo. É o transbordar da alegria de enxergar as bênçãos dadas por Deus, e a Sua misericórdia sobre nós. O crente que não viver em agradecimento, certamente perde muito do brilho na sua vida cristã, pois fica fora de sintonia com o Espírito Santo, que tem como um dos seus frutos a alegria (Gl 5:22).

d)       2Co 1:3-11 – Uma oração de consolo
Aquele mesmo Espírito Santo que nos leva a orar, irá nos fazer pronunciar uma oração de consolo aos nossos próximos que estiverem sofrendo. Ele, o Espírito Santo, é o Consolador disponível para nós, e por Sua graça, nos fará pedir o que Ele quer dar: o consolo que vem da confiança na soberania e sabedoria de Deus sobre nossas vidas. Fazer uma oração de consolo, muitas vezes é agir como um sacerdote daqueles que estão sofrendo, os quais, em virtude da dor, não tem forças nem para se dirigir a Deus.

e)       Ef 3:14-21 – Uma oração de intercessão
Somos ordenados por Deus: Orai sem cessar  (1Ts 5:17), confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis (Tg 5:16).  Enquanto estamos orando pelos nossos irmãos, o Reino de Deus avança, quando cansamos de orar, somos abatidos pelo inimigo: E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. (Ex 17:11). Assim, Deus determinou que o começo de nossa vitória ou derrota como igreja acontece na prática de oração que devemos ter uns pelos outros. Certamente Ele fez assim para que toda a glória seja somente dAquele a quem suplicamos, e cujo poder invocamos, e em cujo Nome esperamos.

Oitava Lição – 19 de agosto – Os ensinos dos apóstolos

a)       Hb 10:19-25 – Como chegar à oração
O acesso a Deus está aberto somente para seus verdadeiros adoradores. E verdadeira adoração somente acontece por meio do novo e vivo caminho, o Senhor Jesus Cristo. Fora dEle não há nenhuma expectativa de sermos recebidos por Deus, muito menos termos nossas orações atendidas. Por isso que oramos em nome de Jesus, esse nome que está acima de todo nome.

b)       Tg 5:7-20 – A oração pode muito em seus efeitos
Elias é citado como homem igual a nós, sujeito às mesmas paixões, mas que obteve grandes feitos em oração. Não devemos nos intimidar pelos personagens bíblicos serem profetas e apóstolos, no sentido de que não podemos ver maravilhas tais quais eles viram, pois quem faz diferença é o Deus Todo-Poderoso a quem oramos, o qual é mesmo ontem, hoje e eternamente.
c)       2Pe 2:1-10 – Cultivando um espírito de oração
“Embora a alma piedosa sempre deseje mais de Deus, ela nunca deseja mais do que Deus. Um período de tempo diário adequado para esperar em Deus... é a única maneira pela qual posso escapar da tirania das coisas urgentes. Devemos gastar as melhores horas do dia em comunhão com Deus. É a nossa ocupação mais nobre e mais frutífera, e não deve ser colocada em segundo plano. Se gastarmos dezesseis horas por dia em contato com coisas desta vida e apenas cinco minutos por dia em contato com Deus, será de admirar que as coisas desta vida sejam para nós duzentas vezes mais reais do que Deus?”

d)       1Jo 5:14-21 – Orando com confiança e segurança.
Isto é, sabemos que certamente receberemos, quando oramos sobre algo que Deus já disse ser a Sua vontade fazer para nós. Mas a pergunta que deve ser feita é: VOCÊ QUER O QUE DEUS QUER? Nós somente pedimos conforme a vontade de Deus quando nos submetemos a Ele. Um exemplo é “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição” – 1Ts 4:3 – uma vez que Deus quer que nos santifiquemos, as orações que fizermos com esse objetivo serão atendidas, e tanto receberemos a força para nos santificar, quanto saberemos que a santidade de Deus prevalecerá em nossa vida ao final. Entretanto, se não queremos ser santos, não pediremos isso, nem tampouco seremos atendidos em nossos pedidos pecaminosos – Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. - Tg 4:3.

e)       Jd 20-25 – Orar com verdadeira unção espiritual
Os crentes são exortados a permanecerem “edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,” o que nos sugere que, mais do que um meio de obter resultados, a oração é uma obra do Espírito Santo para nossa edificação. Ela faz parte do caráter dos filhos de Deus, que o Senhor está edificando em nós pelo poder do Seu Espírito. Assim, a “oração é um instrumento poderoso não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra”.

 

Nona Lição – 26 de agosto – A oração após os tempos bíblicos

a)       Sl 4:1-8 – Um perfil do homem de oração.
Deus tem requisitos, mas não esquecemos que Ele nunca está longe dos Seus filhos. A distância entre nós e Ele é o dobrar dos joelhos. “Deus não se curvou à nossa pressa nervosa, nem adotou os métodos de nossa era mecânica. O homem que deseja conhecer a Deus precisa dedicar-lhe tempo.”

b)       Sl 17:1-15 – Como ficar em condições de orar
Devemos considerar a Deus mesmo nossa herança, e a comunhão com Ele, o salário da nossa oração.  Uma alma sequiosa por Deus, que tem fome e sede do Deus vivo, há de achá-Lo, no dia em que verdadeiramente amar ao Criador do mundo mais do que todas as coisas que há no mundo.

c)        Sl 19:1-14 – Uma avaliação necessária
Só Deus pode sondar o nosso coração sem distorções. Devemos pedir isso a Ele na oração, ainda que seja doloroso enxergar nossos pecados. Ninguém que sinceramente peça a Deus para lhe mostrar seus erros deixará de obter resposta rápida. Faz parte das características da oração servir como um espelho de Deus para nos mostrar quem realmente somos. Será por isso que passamos tão pouco tempo em oração? Porque não queremos saber a verdade a respeito dos nossos pecados?

d)       Sl 38:1-22 – Um pecador arrependido
Aqui o salmista reconhece: Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há paz em meus ossos, por causa do meu pecado. É melhor dizer que nossa dor vem de um castigo de Deus, do que ficar isentando Aquele que tem toda a autoridade no céu e na terra. Sim, Deus é quem permite males virem à nossa vida, e dizer isso em oração não é pecado, mas fé. Porque eu creio que Ele tem todo o poder, é que posso lamentar por meus sofrimentos, porque eu creio que Ele está irado comigo, é que posso ter esperança de restauração. Se Deus não estivesse no controle do mal que vem à nossa vida, não adiantaria orar a Ele. Mas porque Ele está no controle de todas as coisas, essa não é uma oração inútil, mas cheia de sentido e esperança, porque o Senhor é um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade (Sl 86:15)!

 
e)        Sl 62:1-12 – Um apelo ao nosso íntimo.
Se você ama a Deus, não pode ficar sem saber o que lhe dizer, algo que seu coração tenha a derramar diante dele, algo que a graça dele já havia colocado lá dentro.”




PRIMEIRA IGREJA BATISTA DA FAZENDA BOTAFOGO
ESCOLA BÍBLICA – 3TRI2012 - DOUTRINA BÍBLICA DA ORAÇÃO


[1] Todas as citações extrabíblicas são do livro Pérolas para a Vida, de John Blanchard, Editora Fiel. 
As citações bíblicas são da Versão Almeida Corrigida Fiel (ACF) da Sociedade Biblica Trinitariana.

As orações no Velho Testamento (2a parte)





10 – A vida de oração de Isaque – Gn 24-26
‘Isaque orou insistentemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu. (Gn 25:21)’
Isaque tinha quarenta anos quando casou (Gn 25:20), e sua esposa engravidou quando ele já estava com sessenta anos (Gn 25:26). Assim, eles tiveram uma longa espera até que suas orações foram atendidas: foram vinte anos de oração insistente de Isaque até que o Senhor lhe concedeu filhos. Podemos imaginar ele separando diariamente uma hora e local propício, onde pudesse ficar sozinho com o Senhor, como ele fazia quando o servo de seu pai lhe foi buscar uma esposa (Gn 24:63). Essa insistência constitui um exemplo extraordinário de perseverança na oração, que muito envergonha os crentes que desistem de pedir com pouco tempo. Mas o Senhor nos exortou a orar sempre, e nunca desfalecer (Lc 18:1), pois Deus há de fazer justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles (Lc 18:7), pois aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á  (Mt 7:8). “A fé dos crentes prova e exercita sua paciência, e as misericórdias longamente esperadas são melhor recebidas quando chegam”[1]. Quando, porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lc 18:8).

domingo, 8 de julho de 2012

As orações do Velho Testamento (parte 01) - Gn 1-20




1 – A iniciativa de Deus na oração – Gn 3:6-10
'Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.'
“Pelo pecado, o homem obteve aquilo que não tinha antes (ao menos em operação) , isto é , a consciência – um conhecimento de ambos, do bem e do mal. Isto era algo que o homem não caído não possuía, pois o homem foi criado num estado de inocência e inocência é ignorância do mal. Mas tão logo o homem participou do fruto proibido, tornou-se consciente do seu pecado, e seus olhos foram abertos para ver sua condição de caído. E consciência, e instinto moral, é algo que é agora comum à natureza humana, isto é, é inerente ao homem, o que testifica sua condição caída e pecadora!
Mas não somente a consciência testemunha a perversão do homem, como é também uma das marcas da obra de um Criador pessoal. A consciência não pode ser realização do homem. Ele não teria estabelecido voluntariamente um acusador, um juiz, um perseguidor, de próprio peito. De onde, então, isto procede? Não é mais o resultado da educação, mas também é razão ou memória, embora possa ser cultivada como ambas. Consciência é a calma, serena voz de Deus na alma, testemunhando o fato de que o homem não é seu próprio mestre, mas responsável por uma lei moral que ou aprova ou reprova.
Ao se conscientizarem de sua vergonha, Adão e Eva imediatamente se esforçaram em esconder sua nudez, cosendo aventais de folhas de figo. Este ato foi muito significativo. Ao invés de procurar por Deus e abertamente confessar sua culpa, eles tentaram se esconder de Deus e deles mesmos. Assim tem sido sempre o caminho do homem natural. A última coisa que ele irá fazer é confessar diante de Deus sua condição perdida e arruinada[1]
"Deus o busca, não porque ele esteja separado de Seu conhecimento, mas de Sua comunhão"[2]

2 - Orações de acusação de Adão e Eva – Gn 3:11-13
'A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.'
'A serpente me enganou, e eu comi.'
“No lugar de uma confissão consternada do seu pecado, ele se desculpou – “E disse o homem: a mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”. 

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