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domingo, 29 de setembro de 2013

Se Deus sabe o que eu preciso, por que Ele quer que eu ore?









A própria pergunta já nos dá a primeira resposta, e esta negativa: oração não é para nós darmos informações a Deus, Ele já sabe tudo (Hb 4:13), não há nada que possamos dizer a Ele que Lhe seja novidade. Aliás, mesmo que eu não queira informar nada a Deus, Ele já conhece também tudo, absolutamente tudo que eu vou falar na oração que estou prestes a fazer: Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces (Sl 139:4). Assim, Ele não pode ficar surpreso, impressionado ou admirado com nossa oração. (...)
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domingo, 22 de setembro de 2013

PROVA BÍBLICA DA UNIDADE DO LIVRO DE ISAÍAS



O fato de Isaías falar sobre como o povo deve se comportar no Exílio na Babilônia em Is 40-55 e no retorno a Jerusalém, em Is 56-66 é deturpado por alguns profanos que ousam desconfiar da fidelidade da Palavra de Deus, e atribuem três partes do livro a três autores diferentes, que teriam vivido em tempos diferentes.
Tal teoria defende que o trecho por eles chamado de “Primeiro Isaías” seja atribuído ao tempo dos reis Uzias a Ezequias (caps 1-39), que o agora chamado “Segundo Isaías” seja atribuído a outro profeta, que teria vivido no Exílio na Babilônia (caps 40-55) e o recém-inventado “Trito-Isaías” seja atribuído a um terceiro profeta, que teria vivido na Restauração Pós-Exílica (caps 56-66).

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Se não lhes basta o testemunho dos antigos israelitas, que nos passaram a tocha deste livro unido sob um único nome, o daquele profeta que pregou durante os reinado de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, que baste-lhes o prefácio do próprio livro (Is 1:1)!
Apenas para fechar o caixão dessa sugestão ímpia, apertemos um pouco mais a mordaça da Santa Palavra no focinho imundo destes pífios desconfiadores, os quais devem se calar diante das infalíveis afirmações do Espírito Santo que veremos abaixo, uma vez que Deus em Sua Palavra...

                ... No Evangelho de Lucas
                Cita o suposto Segundo Isaías:
"Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as Suas veredas."  (Lc 3:4 – Is 40:3-5). Repare: estas são as palavras do profeta Isaías, não podem ter sido escritas só em Babilônia, muitos anos após a morte deste!
                E cita o suposto Trito Isaías:
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre Mim, Pois que Me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, (Lc 4:17,18 - Is 61:1-2).
                Assumindo que é o mesmo livro do mesmo profeta.
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                ... No Evangelho de Mateus
                Cita o suposto Primeiro Isaías
Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galiléia das nações; O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou. (Mt 4:14-16 – Is 8:23-9:1).
                E cita o suposto Segundo Isaías
Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Eis aqui o Meu servo, que escolhi, O meu amado, em Quem a Minha alma se compraz; Porei sobre ele o Meu Espírito, E anunciará aos gentios o juízo. (Mt 12:17,18 – Is 42:1-4)
                Os quais ele afirma ser a mesma pessoa.
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                ... Na Carta de Paulo aos Romanos
                Cita o suposto Primeiro Isaías:
Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, E naquele que se levantar para reger os gentios, Os gentios esperarão. (Rm 15:12 – Is 11:10)
                Cita o Suposto Segundo Isaías:
Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? (Rm 10:16 – Is 53:1)
                E cita o suposto Trito Isaías:
E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente. (Rm 10:20,21 - Is 65:1-2)
                Tratando todas essas citações como palavras que saíram da mesma boca, do mesmo profeta.
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                ... E no Evangelho de João
                Cita o suposto Segundo Isaías e o suposto Primeiro Isaías no mesmo fôlego e incontestavelmente considerando ser o mesmo Isaías:
Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? (Jo 12:38 - Is 53:1)
Por isso não podiam crer, então Isaías disse OUTRA VEZ: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure. (Jo 12:39,40 - Is 6:10)
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Tendo em vista a inspiração dos autores do Novo Testamento, e sem nem citar as menções de Jesus a Isaías, já podemos afirmar que é impossível negar a unidade de autoria do livro de Isaías sem negar a fé cristã, e todos que implementam esta proposta devem arrepender-se de sua incredulidade.

Afinal, se os autores do Novo Testamento estavam enganados quanto à autoria única de Isaías, porque não estariam enganados em qualquer outro ensino central? Ou a Bíblia é infalível em tudo que diz, ou vale tanto quanto qualquer livro, e não temos uma Palavra de Deus, e não podemos conhecê-Lo. A Bíblia é o padrão da verdade, ela julga a todos e ninguém a julga. Pois por qual padrão de verdade, mais confiável que a Bíblia, alguém poderá apontar algum erro na Bíblia? Não existe tal coisa, nem existirá! No confronto falível X infalível, o infalível sempre vence!

Além disso, justamente uma das mensagens de Isaías é que Deus é Aquele que nos anuncia as coisas antes que venham à luz (Is 42:9). A incredulidade deles neste ensino de Isaías é justamente o que os faz quererem serrar o livro, tal como o mau rei Manassés serrou o profeta. Que Deus lhes conceda o arrependimento disso!

Como evidência adicional, o historiador judeu Josefo nos informa que Ciro, o rei persa que autorizou os israelitas a voltarem do Exílio, ficou muito impressionado que, antes dele nascer, seu nome já estivesse na profecia de Isaías (Is 44:28; 45:8), e foi justamente por isso que ele deu crédito ao Deus de Israel e tratou tão bem o povo de Deus (2Cr 36:22,23):

Eis o que declara o rei Ciro: "Cremos que o Deus Todo-poderoso, que nos constituiu rei de toda a terra é o Deus que o povo de Israel adora, pois Ele predisse por meio de seus profetas que nós traríamos o nome que trazemos e reconstruiríamos o Templo em Jerusalém, na Judéia, con­sagrado à sua honra".
Esse soberano falava assim porque lera nas profecias de Isaías, escritas du­zentos e dez anos antes que ele tivesse nascido e cento e quarenta anos antes da destruição do Templo, que Deus lhe tinha feito saber que constituiria a Ciro rei sobre várias nações e inspirar-lhe-ia a resolução de fazer o povo voltar a Jerusalém para reconstruir o Templo. (JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. CPAD, 2004. p.479.)

Ainda que a infalível Palavra de Deus é suficiente para nossa fé, e não os relatos falíveis dos historiadores, tal texto é muito interessante, pois é uma afirmação de que o Livro de Isaías já estava completo na época do Exílio Babilônico.

Concluímos que a resposta para a pergunta dos profanos “como pode o Isaías do tempo de Ezequias, falar ao povo que estará no exílio babilônico nos cap 40-55 e falar ao povo que participará da restauração nos caps 56-66”, é que Deus, para manifestar o Seu poder, sabedoria e amor pelo Seu povo, providenciou uma mensagem aos exilados e restaurados com 200 anos de antecedência, por meio do Seu profeta.

É certo também que tais mensagens não eram inúteis ao povo dos tempos de Ezequias. A Palavra de Deus sempre é viva e eficaz, seja falando do nosso passado, seja falando do nosso futuro. Tal fato é verdade mesmo para nós hoje: alguém vai chamar de inúteis para nós as profecias bíblicas sobre a volta de Cristo, a ressurreição dos mortos, o Juízo Final, o Novo Céu e a Nova Terra, ainda que tais coisas ainda não tenham chegado?

Quanto às palavras de Isaías, ainda que referidas especificamente à potência ainda não dominante da Babilônia, ao exílio ainda não acontecido e à restauração ainda distante, tais palavras serviram de consolo também ao povo da época de Isaías, oprimido pelo Império Assírio, informando-o de que Deus está no controle de tudo, e tem um grande plano para o Seu povo, que iria se levantar e resplandecer, pois a glória do Senhor ainda nasceria sobre ele (Is 60:1).
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