1Tm
5:1-2 – Admoesta-os. Os
anciãos como a pais, os moços como a irmãos, as anciãs como a
mães, as moças como a irmãs. Não devemos repreender nossos irmãos
asperamente. Mesmo que eles errem, devemos tratá-los com toda a
honra e respeito devido a cada um, considerando-os como se fossem da
nossa própria família. De fato a igreja é chamada de Família
de Deus (Ef 2:19),
sendo composta dos novos irmãos,
e irmãs, e mães, e filhos que
recebemos, cem
vezes
mais, por
amor de
Cristo e
do evangelho (Mc 10:29-30).
1Tm
5:3,5-7,9-15 - Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas. A
igreja deve cuidar das pessoas necessitadas, ainda mais se forem
membros dela. Naquele contexto, eram as viúvas que corriam maior
risco de ficarem desamparadas materialmente. Mas como evitar que
alguma delas se aproveite da igreja e receba sustento sem necessitar
ou merecer? Paulo estabelece alguns critérios para que a igreja
selecione a quais viúvas hão de serem sustentadas:
A
que espera
em Deus, e persevera de noite e de dia em rogos e orações, que
tenha mais de sessenta
anos, que
tenha sido mulher
de um só marido,
tendo
testemunho de boas obras: se criou os filhos, se exercitou
hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos,
se praticou toda a boa obra. Em
resumo, uma viúva verdadeiramente desamparada e crente. Mas não
somente crente, mas atuante em boas obras e piedade. São as servas
de Deus que a igreja deve sustentar, essas que por sua própria
história de vida e de fé se fizeram merecedoras de sustento, caso
precisem.
Em
contraste, havia viúvas que viviam em
deleites, levianas contra Cristo, tendo aniquilado a primeira fé,
andando
ociosas de casa em casa, paroleiras e curiosas, falando o que não
convém, se
desviando e indo após Satanás. Estas, por terem tão mau
testemunho, não poderiam alegar sua condição de viúva para
receberem sustento da igreja. A igreja não pode esquecer que a honra
de Deus e do Evangelho deve estar em primeiro lugar. Elas que se
casassem de novo e cuidassem de suas casas, e não ficassem na
dependência da igreja. Senão, que deixassem de ser ociosas e
trabalhassem.
A
igreja pode e deve ajudar qualquer pessoa que se encontre em extrema
penúria (Mt
5:42),
mas à luz destes versos (1Tm
5:3-16)
será sempre uma ajuda ocasional e paliativa, porque um sustento
contínuo só deve ser dado a crentes de conduta verdadeiramente
exemplar e que realmente não tenham qualquer outra possibilidade de
se sustentarem.
1Tm
5:4,8,16 – Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua
própria família. Dentro
dessa
seleção necessária de quem deve receber sustento da igreja, Paulo
manda perguntar pela família da pessoa necessitada. Seus filhos,
irmãos, parentes, onde estão? Porque não a estão ajudando? Porque
a igreja iria ser sobrecarregada, se existem os parentes para ajudar,
o que é dever deles primeiramente? Se algum parente dela é crente,
o caso se torna menos justificável ainda: se
alguém não tem cuidado dos seus, negou a fé, e é pior do que o
infiel.
É
bom e agradável a
Deus que
os filhos recompensem seus
pais,
e da mesma forma os parentes se ajudem em caso de necessidade, para
que não
se sobrecarregue a igreja.
1Tm
5:17-18 – Digno é o obreiro do seu salário. O
ministro que governa uma igreja, traballhando na
palavra e na doutrina,
semeando as
coisas espirituais (1Co 9:11),
é digno de receber dobrada honra, isto é, salário. O ministro da
igreja, tal como os antigos sacerdotes, também participa do que é
consagrado no altar
(1Co 9:13)
tal como um boi
que come do próprio pasto onde trabalha (1Tm
5:18; 1Co 9:9-10).
Isso pelo motivo mais importante possível, porque o Senhor
Jesus assim
ordenou
aos
que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho (1Co 9:14).
1Tm
5:19-20 – Não aceites acusação contra o presbítero, senão com
duas ou três testemunhas. Os
pastores devem ser resguardados de acusações superficiais e
infundadas.
Mas
se for verdade que o pastor comete pecado grave, deve-se demandar o
arrependimento dele nos mesmos termos do processo de disciplina
ensinado em Mt
18:15-17, inclusive
com a repreensão pública ali ensinada, que
é a repreensão da igreja para os que não se arrependem.
1Tm
5:21-23 – Guardes estas coisas.
Aqui uma sequência de exortações pessoais: que Timóteo não deixe
de pôr em prática tudo que está escrito nessa carta. Que ele não
haja com parcialidade no ministério, favorecendo algum membros em
detrimento de outros. Que não consagre alguém a um cargo
precipitadamente.
Que
não tenha cumplicidade com os pecados
dos outros. Que
conserve a si mesmo puro, isto é, cuide de sua santificação
pessoal. E
ao mesmo tempo, que não esqueça de cuidar da própria saúde.
1Tm
5:24-25 -
As
boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira não podem
ocultar-se. A
verdadeira condição de uma pessoa, se ela é convertida ou não,
descobre-se pelas obras que ela pratica. Mesmo que os homens possam
nos enganar um certo tempo, a falsa conversão não ficará oculta
para sempre. A santificação é algo que não pode ser escondido,
ela transparece nos atos. Da mesma forma a perdição, que mesmo que
disfarçada sob o manto de uma religiosidade externa, com o tempo a
própria pessoa vai manifestar o que é no coração, pelas suas
atitudes más. Esse detalhe Timóteo devia observar na vida dos
membros da igreja, e nós devemos fazer o mesmo.
1Tm
6:1-2 - Estimem a seus senhores por dignos de toda a honra. Um
escravo não devia desprezar e desonrar seu senhor, mas pelo seu bom
comportamento e trabalho, trazer bom testemunho ao nome de Deus.
Também não devia se aproveitar do cristianismo do seu senhor, mas
por ser seu irmão deveria serví-lo melhor ainda. Se tal era a
condição dos escravos, e tal a ordem para bem servirem em seus
ofícios, muito maior será o dever de agir da mesma forma o
assalariado livre de hoje, que recebe a devida recompensa de seu
trabalho. Com muito maior liberdade, ele tem todas as condições de
fazer de seu trabalho um ornamento
da doutrina (Tt 2:10),
trazendo pela sua lealdade e profissionalismo mais glória ao nome de
Cristo.
1Tm
6:3-4 - Se alguém ensina alguma outra doutrina, é soberbo, e nada
sabe. O
padrão e o limite para tudo que é ensinado e praticado na igreja
sempre deve ser as
sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. O
que passar disso só servirá para contendas de palavras, que para
nada edificam. Sobre tudo que os mestres ensinam, a igreja deve
permanecer examinando
cada dia nas Escrituras se estas coisas
são
assim
(At 17:11).
1Tm
6:5-10 – Aparta-te dos homens corruptos.
Uma
característica dos falsos mestres é a de pretender acumular
dinheiro com a fé dos outros. Somente o fato de terem esta cobiça
já os desacredita, para que eles sejam rejeitados pelos crentes.
Pois um cristão verdadeiro deve ter como característica a modéstia
de demonstrar contentamento
em
simplesmente ter roupa e comida (1Tm
6:8).
O verdadeiro crente sabe que não levará nada material desta vida,
portanto não dedica todas as suas forças a acumular bens materiais,
ainda mais sabendo que a cobiça de ser rico é fonte de tentação
e laço
e que o
amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males (1Tm 6:9-10).
1Tm
6:11-14 - Foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o
amor, a paciência, a mansidão.
Em contraste ao que foi dito acima, estamos diante da “boa cobiça”
que deve ter todo o crente, a “cobiça espiritual” de desejar
ardentemente crescer a cada dia em todas as virtudes, na obediência,
na santificação, para a glória do Senhor que lhe salvou. Sobre
isso disse o Senhor: bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos (Mt
5:6).
1Tm
6:15-16 - À aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual a seu
tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso SENHOR. Deus
Pai não pode ser conhecido nem visto por nós, por nenhuma forma
presente na Criação. A única imagem digna de representar a Deus
para nós é Ele mesmo na Pessoa do Deus Filho, o único Mediador, o
Senhor Jesus Cristo, cuja Volta em glória vai revelar ao mundo como
Ele mesmo é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Devemos, portanto,
conforme o segundo mandamento, nos abster de fazer quaisquer tipo de
imagens para representar a Deus, pois nenhuma é comparável a Ele e
à Sua glória, que o dia da Volta de Cristo manifestará.
1Tm
6:17-19 - Manda aos ricos... que enriqueçam em boas obras. Apesar
de ser mais difícil (Mt
19:23,24),
Cristo também salva alguns ricos. Estes têm no Reino de Deus muitas
oportunidades de usarem bem os seus recursos materiais, repartindo
de
boa vontade, quem sabe até financiando missionários, desde que eles
coloquem toda a sua esperança no Deus
que lhes dá
todas as coisas,
e não na incerteza
das riquezas.
1Tm
6:20,21
- Guarda
o depósito que te foi confiado. O
pregador não é chamado a trazer novidades para a igreja, que não
passam de mais ventos
de doutrina (Ef 4).
Ele é chamado a passar a tocha do Evangelho intacta, proclamando
para sempre a mesmíssima mensagem que recebeu de quem o trouxe a
Cristo, sem acrescentar, nem tirar nada. Só esse apego e essa
resolução ao antigo e imutável Evangelho é que pode proteger a
igreja das heresias que surgem a toda hora, proclamando falsamente
trazer algum tipo conhecimento superior.