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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Não aniquilo a Graça de Deus - Resumo de Gálatas 1-2


Gl 1:1-5
Às igrejas da Galácia, Paulo começa dizendo que não é um apóstolo chamado pelos homens, não trabalha pelos homens, nem prega mensagem vinda dos homens (ao contrário dos seus opositores: Gl 1:10,11; 2:12; 6:12), mas da parte de Jesus Cristo e de Deus Pai (Gl 1:1), da parte dos Quais vem a Graça e a Paz (Gl 1:3), e de Deus Pai a ressurreição de Cristo (Gl 1:1) a entrega de Cristo por nossos pecados, e o livramento deste século mau (Gl 1:4), a Quem deve ser tributada glória para sempre (Gl 1:5, ao contrário dos seus opositores, cujo ‘evangelho’ proporcionaria glória para eles: Gl 6:13,14).
“Cristo se deu por nossos pecados (Gl 1:4), para fazer expiação por nós; isto exigia a justiça de Deus e a isso se submeteu livremente. Aqui deve observar-se a infinita grandeza do preço pago, e então será evidente que o poder do pecado é tão grande que não podia ser eliminado de nenhum modo, salvo que o Filho de Deus fosse entregue em resgate. O que considerar bem estas coisas, entenderá que o pecado é o mais horrível que possa expressar-se, o qual deveria comover-nos e, sem dúvida, espantar-nos.” (MH)

Gl 1:6-12
Mas os gálatas, de forma chocante, rejeitaram o chamado de Deus Pai para a Graça de Cristo, para aceitarem outro evangelho (Gl 1:6). O qual não é evangelho de verdade, mas obra de homens que os inquietavam e queriam transtornar o evangelho de Cristo (Gl 1:7). Ninguém pode anunciar outro evangelho, nem Paulo, nem os seus companheiros, nem os anjos do céu. Quem fizer isso é maldito, e Paulo repete isso duas vezes: É MALDITO QUEM ANUNCIA OUTRO EVANGELHO! (Gl 1:8,9). A mensagem de salvação não pode ir além daquela que já tinha sido pregada pelos apóstolos (Gl 1:8,9), nada pode ser acrescentado, QUEM ACRESCENTA ALGO AO EVANGELHO É MALDITO (1Co 4:6; 1Pe 4:11; Ap 22:18; Jd 3). Quem aceita ‘novidade’ está aceitando maldição (Ef 4:14).
Paulo dá em si exemplo de não se trabalhar para os homens, nem se preocupar em agradar aos homens e aceitar os ensinos que são segundo os homens, mas persuadir os homens para Deus e não Deus para os homens (Gl 1:10), isto é trazer os homens à vontade de Deus e não o contrário. Quem agrada a Deus e é servo de Cristo não vai procurar agradar os homens, e mesmo que quisesse, nem vai agradar mesmo (Gl 1:10; ver Jo 15:18-21)! O conhecimento do evangelho verdadeiro não vem do ensino ou do aprendizado dos homens, mas vem por uma revelação de Jesus Cristo (Gl 1:12,16 – ver 2Co 3:14-16; 2Co 4:3-6; At 16:13-15).

Gl 1:13-19
Os gálatas estavam aderindo a práticas judaístas, mas Paulo agora lhes diz o que o judaísmo lhe trouxe. Por causa do judaísmo Paulo perseguiu a igreja e a assolava, era extremamente zeloso das suas tradições (Gl 1:13,14). Mas o que fez a diferença para Paulo não foi isso, e sim a obra de Deus em sua vida, ao Qual aprouve chamá-lo pela Graça, pois desde o ventre da sua mãe já o tinha separado, e revelar Cristo nele para que o pregasse entre os gentios (Gl 1:15,16). Assim Paulo não foi pedir comissionamento dos homens, depois desse chamado pela Graça, revelação de Cristo e comissionamento para pregar vindos de Deus. Nem foi à Jerusalém, aos apóstolos, só três anos depois, e durante quinze dias, e viu Pedro e Tiago.

Gl 1:20-24
Paulo diz diante de Deus que não está mentindo, foi para a Arábia, Damasco, Síria e Cilícia (começou a pregar assim que Deus o converteu: At 9:17-21, já sendo perseguido por esse evangelho: At 9:23-25). As igrejas não o conheciam, mas o que falavam dele era: ‘este que nos perseguia agora anuncia a fé que antes tentava destruir’. E Deus era glorificado por eles, por causa disso. Assim Paulo está evidenciando que com ele desde o começo o Evangelho foi um chamado pela Graça, vindo da parte de Deus, e isso lhe foi revelado, não foi aprendido por tradição dos homens. A prova disso é que ele estava pregando exatamente a mesma mensagem das igrejas, sem ter sido membro delas anteriormente.
Ai de quem só conhece o evangelho por tradição, e nunca teve uma experiência espiritual da revelação de Cristo como o Salvador que se deu a Si mesmo pelos nossos pecados, para nos livrar do século mau! Ai de quem nunca foi chamado por Deus, mas segue as tradições dos homens sem entender nada! Ai de quem nunca teve um encontro pessoal com Cristo, portanto nada sabe da Graça e do Evangelho por experiência própria! Pois somente repetir uma tradição ou aprender uma doutrina não salva ninguém, sem a operação sobrenatural de Deus em nosso coração revelando Cristo como o nosso Salvador e nos testificando que somos filhos de Deus (Mt 16:16,17; Jo 6:65-69; Rm 8:14-16)!

Gl 2:1-5
“Enquanto dependamos claramente de Deus para o êxito em nossas tarefas, devemos usar a cautela necessária para eliminar erros, e contra os opositores. Há coisas que podem ser cumpridas licitamente, porém quando não podem ser feitas sem trair a verdade, devem rejeitar-se. Não devemos dar espaço a nenhuma conduta pela qual seja rejeitada a verdade do evangelho.” (MH)

Gl 2:6-13
Os apóstolos mesmos não fizeram nenhuma exigência a mais para os gentios convertidos, mas reconheceram o ministério de Paulo, e o enviaram em paz. O único problema foi uma fraqueza de Pedro:
“Apesar do caráter de Pedro, quando Paulo o viu agindo como para estragar a verdade do evangelho e a paz da igreja, não teve temor de repreendê-lo. quando viu que Pedro e os outros não viviam conforme com o princípio que ensina o evangelho, e que eles professavam, a saber, que pela morte de Cristo fora derrubado o muro divisório entre judeu e gentio, e a observância da lei de Moisés deixava de ter vigência; como a ofensa de Pedro era pública, ele o repreendeu publicamente. Existe uma enorme diferença entre a prudência de são Paulo, que sustentou, e usou durante um tempo, as cerimônias da lei como não pecaminosas, e a conduta tímida de são Pedro que, por afastar-se dos gentios, levou a outros a pensarem que estas cerimônias eram necessárias.” (MH)

Gl 2:14-21
“Para que acreditamos em Cristo? Não foi para que fossemos justificados pela fé em Cristo? De ser assim, não é néscio voltar à lei, e esperar ser justificados pelo mérito de obras morais, dos sacrifícios ou das cerimônias? (...) Mas o efeito não era uma vida descuidada e ilícita. Era necessário que ele pudesse viver para Deus e dedicado a ele por meio dos motivos e da graça do evangelho. Não é objeção nova, porém é sumamente injusto que a doutrina da justificação pela só fé tenda a estimular a gente a pecar. Não é assim, porque aproveitar-se da livre graça, ou de sua doutrina, é viver em pecado, é tratar de fazer de Cristo ministro do pecado, idéia que deveria estremecer a todos os corações cristãos. (...) O velho homem tem sido crucificado (Rm 6.6), mas o novo homem está vivo; o pecado é mortificado e a graça é vivificada. Tem as consolações e os triunfos da graça, mas essa graça não é de si mesmo, senão de outro. Os crentes se vêem vivendo num estado de dependência de Cristo. Daí que, embora viva na carne, contudo, não vive segundo a carne. Os que têm fé verdadeira, vivem por essa fé; e a fé se afirma em que Cristo se deu a si mesmo por nós. (...) [Mas] crer em Cristo crucificado não é só crer que foi crucificado, senão também crer que eu estou juntamente crucificado com Ele. isto é conhecer a Cristo crucificado. Daí aprendemos qual é a natureza da graça. A graça de Deus não pode estar unida ao mérito do homem. A graça não é graça a menos que seja dada livremente em toda forma. Quanto mais simplesmente o crente confie em Cristo para tudo, mais devotamente andará diante dEle em todas suas ordenanças e mandamentos. Cristo vive e reina nele, e ele vive aqui na terra pela fé no Filho de Deus, que opera por amor, produz obediência e muda a sua santa imagem. Deste modo, não abusa da graça de Deus nem a faz vã.” (MH)

Com comentários bíblicos de Mathew Henry (MH).

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