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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O estabelecimento da Teocracia - Comentário de Levítico 21-27






TEOCRACIA – Lv 21-27 – Na seção final de Levítico, Deus ensina como regular toda a vida da nação, de maneira que De fato o propósito de Deus para Israel era que ele fosse um reino sacerdotal e o povo santo (Ex 19:6). Então estas leis pertencem ao passado? Não! Elas pertencem ao futuro! À medida que a pregação do Evangelho for convertendo todos os povos a Cristo (Sl 22:27,28; Mt 16:18), chegará o dia em que as nações novamente perguntarão pela Lei do Senhor, para que Ele lhes ensine os Seus caminhos, e elas andem nas Suas veredas (Is 2:3). Então toda a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar (Hc 2:14).



Lv 21-22 – Não profane o santuário do seu Deus. Padrões para os sacerdotes. Deus exigiu que tanto os sacerdotes como sua linhagem fossem purificados num alto padrão: que não tocassem em pessoas mortas, exceto os parentes mais chegados, que se casasse somente com mulher virgem ou viúva de outro sacerdote, que houvesse pena de morte para uma filha de sacerdote que se prostituísse, e que os sacerdotes não tivessem defeitos físicos visíveis. Da mesma forma, em Lv 22:17-33, Deus comunica os cuidados que devem ser tomados para que as ofertas sejam aceitáveis. Tudo isso para comunicar a perfeição de Deus, Sua distância do homem devido ao pecado, e a perfeição devida do Mediador que viria. Nossas iniqüidades fazem separação entre nós e o nosso Deus (Is 59:2), mas se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, justo (1Jo 2:1) e perfeito para sempre (Hb 7:28).


Lv 23:1-24:9 – Estas são as solenidades do SENHOR, as santas convocações.

O sábado do SENHOR (v. 1-3). O descanso consagrado de um dia a cada sete. Representa a lembrança do dom da Criação, feita por Deus em seis dias. Não há motivo para ser abolido, uma vez que faz parte das palavras da Aliança, os Dez Mandamentos (Ex 20:8-10), portanto constitui-se como mandamento moral perpétuo, que serve ao cristão para lembrar-se também da Nova Criação que virá, e já foi iniciada pela ressurreição de Cristo no primeiro dia.

                As demais festas, porém, não precisam ser observadas literalmente (Gl 4:9-10; Rm 14:5), mas devem ser estudadas em seu significado espiritual:

A páscoa e os pães ázimos (v. 4-8). O sacrifício de um cordeiro e o comer-se pãos sem fermento representa o livramento do povo de Deus da Sua ira contra o pecado, pela justificação que o sangue do Cordeiro proporciona, Deus desconsiderando o pecado do povo, e deixando de destruí-lo. De fato, hoje Cristo é a nossa páscoa (1Co 5:7), porque Ele é quem nos livra da ira futura (1Ts 1:10).

As primícias (v.9-14). Consagrava-se o primeiro molho da colheita de trigo, como penhor da colheita inteira que viria. Representa a ressurreição de Cristo como prova da ressurreição futura de todos os mortos que acontecerá (1Co 15:20).

Festa de Pentecostes (v.15-22). Cinquenta dias depois das primícias, ofertavam-se pães com fermento (v. 17 - ao contrário da Páscoa), representando o reconhecimento de que o povo é e continua sendo pecador (1Jo 1:8), mas salvo unicamente pela graça e pelo poder de Deus (Ef 2:4-9).

Festa das Trombetas e Dia da Expiação (v.23-32). Representam a pregação do Evangelho de Deus por todo o mundo, convocando-o para o arrependimento dos seus pecados e a salvação que Deus proporciona, pela fé na expiação que era proclamada pela morte de um bode para cobrir os pecados, e pelo envio de outro bode ao deserto para levar os pecados embora. Todas estas coisas são realidade em Cristo, tanto a expiação, como a remoção dos nossos pecados (Jo 1:29; 1Jo 2:2) e o dever de convocar o mundo a se voltar para esse Salvador (Mc 16:15).

Festa dos Tabernáculos (v.33-44). O povo se reunia e ficava por um tempo morando em tendas. Relembra como Deus o preservou Seu povo no deserto e representa como Ele o preserva e sustenta todos os dias da sua peregrinação neste mundo, no qual estamos de passagem em viagem para a cidade celestial (Hb 11:13,14).



Lv 24:10-16,23 -  Qualquer que amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado. Numa nação teocrática, o bem mais alto não é a constituição, nem o seu povo, nem suas tradições, nem suas riquezas. O bem mais alto e mais elevado é o seu Deus. Assim os que, dentre o povo da Aliança, com amargura e rebeldia blasfemam de Deus cometem um dos pecados mais graves, que requer a punição mais alta, a morte. Que esta lei inspire em nós a extrema reverência ao falar do nosso Deus, pois Ele diz que não tomará por inocente o que tomar o Seu nome em vão (Ex 20:7).

Lv 24:17-22 – Olho por olho, dente por dente. A lei da retaliação é o padrão de Deus para a justiça social (não do indivíduo por conta própria – Mt 5:38-42), em que a cada crime é dada a exata punição proporcional que ele merece: quem matar um homem, deve morrer, quem matar um animal; deve dar outro para o seu dono; quem ferir ao outro, deve ser ferido exatamente da mesma forma. Essa é justiça segundo Deus, e deveria ser o padrão da justiça de todas as nações, pois é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei (Lc 16:17).



Lv 25:1-7 – O sábado da terra. Deus ordenou que a cada sete anos um ano não se semeasse, nem colhesse, mas se consumisse a colheita do ano anterior. Ele prometeu suprir em dobro no sexto ano, e o  povo tinha que crer na providência de Deus para sustenta-lo. Era um verdadeiro teste da dependência de Deus, no qual, o povo falhando, veio a desagradar a Deus (2Cr 36:20-21).



Lv 25:8-55 - O ano do jubileu. A cada cinquenta anos as terras que foram vendidas, deviam voltar para as suas famílias originais e todos os escravos deviam ser libertados. É a proclamação do perdão pleno e gratuito de Deus, em que as dívidas são apagadas, prefigurando com exatidão a obra de Cristo para com as dívidas do Seu povo. O cristão vive num perpétuo Ano do Jubileu, pelo seu cumprimento em Cristo (Lc 4:18–21).



Lv 26 – Confirmarei a Minha aliança convosco.Uma aliança tem duas partes: os benefícios que recebem os que cumprirem, e os prejuízos que virão sobre os que não cumprirem. Como Deus sempre cumpre Suas promessas, Ele nunca seria o quebrador da aliança. Assim àquele povo, e a toda nação que se comprometer em seguir as leis de Deus, as maiores bênçãos em vida são prometidas, mas na exata proporção, se esse povo abandonar a Deus, Ele promete castigos severos em vida. Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência (Dt 30:19).



Lv 27:1-29 – Quando alguém fizer particular voto. O voto é uma forma de adoração a Deus voluntária, em que alguém por gratidão ou por uma causa de intercessão, promete consagrar algo a Deus, entregando-o ao Seu Reino. Ninguém deveria ser obrigado a voto algum, mas todo o que realmente quisesse fazê-lo deveria ter o extremo cuidado de o cumprir. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires (Ec 5:4,5).



Lv 27:30-34 - Todas as dízimas do campo são do Senhor. Como Deus é o dono de toda a terra e sua plenitude, é por misericórdia que Ele reivindica para os trabalhos do Seu Reino uma pequena parte do nosso ganho. Cristo disse: se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus (Mt 5:20).  Pois bem, os escribas e fariseus davam esses dízimos, e se temos que fazer mais que eles, então dar ou não o dízimo não deveria nem entrar em discussão, mas ser o ponto de partida de uma contribuição ainda maior para a pregação do evangelho e sustento dos ministros chamados por Deus (1Co 9:1-14) para, com alegria, doar segundo o que propormos em nosso coração (2Co 9:7), mesmo que seja tudo o que temos, todo o nosso sustento (Mc 12:44), afim de que mais pessoas sejam convertidas a Cristo.

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