
2Tm
3:1-5 – Sobrevirão tempos trabalhosos. Nos últimos dias
– desde que Cristo ressuscitou, e até Ele voltar – a igreja
conviverá com o pecado, e isso dará trabalho aos crentes. Os homens
serão amantes
de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem
afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes,
cruéis, sem amor para com os bons,
traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus. Mas
a pior parte é que terão a aparência
de piedade, mas negando a eficácia dela.
Isso quer dizer que está falando de pessoas que serão tudo isso,
mas com costumes religiosos, serão membros de igreja ativos, porém
não-convertidos. Eles têm a aparência, frequentam, oram, cantam,
trabalham, mas o coração está longe de Deus, se inclinando somente
para as coisas da carne. Na verdade, se comportam como ímpios, ou
seja, não têm o poder da piedade, não têm eficácia da
santificação em sua vida, portanto, não foram salvos ainda. Por
isso, ao invés de trabalharem pela igreja, só darão
trabalho para a igreja.
2Tm
3:5 - Destes afasta-te.
O conselho de Paulo é simples e duro, mas se eles resistem
à verdade,
o que nos resta fazer? Eles estão fechados ao Espírito Santo em um
coração duro, é mais fácil influenciarem os outros para o mal do
que alguém lhes influenciar para o bem. Só o poder de Deus pode
salvá-los. Enquanto
já fizemos o que nos cabia - lhes pregar a palavra - devemos manter
alguma distância, para não acabar participando dos seus pecados
(1Tm
5:22),
pois a única coisa que eles têm para nos ensinar é a hipocrisia
religiosa. Não pensemos que podemos estar em comunhão
com estas pessoas, rindo com elas, compartilhando tempo e vida, e não
sermos
influenciados negativamente, ao
trabalhar
junto a
elas.
O pecado se espalha mais rápido que a santidade. O doença é
contagiosa, mas a saúde não é contagiosa. A transmissão da
santidade é difícil e exige muito esforço. Mas a transmissão do
pecado é automática, basta que paremos de vigiar. Não
vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes (1Co
15:33).
Procuremos a companhia dos
que,
com
um coração puro, invocam o Senhor (2Tm 2:22).
2Tm
3:6-9 – Não irão, porém, avante. O
falso convertido não tem a realidade da fé, mas apenas uma
imitação. Ele simula experimentar, viver e praticar as coisas que
os verdadeiros crentes praticam, mas o faz para disputar com os
outros e enaltecer a si mesmo. Tal como os magos do Faraó, eles
podem conseguir enganar por algum tempo, mas não para sempre. Eles
podem imitar um pouco a realidade e as obras da fé, mas não são
capazes de perseverar em todas as áreas.
Esses homens
maus e enganadores, que resistem à verdade, sendo homens corruptos
de entendimento e réprobos quanto à fé, irão de mal para pior,
enganando e sendo enganados (1Tm 3:13). Eles
se associarão a outros falsos convertidos, e prejudicarão uns aos
outros. Assim terminará a sua simulação de religiosidade. Tocaram
na arca de Deus, brincaram com as coisas santas, Deus não deixará
isso impune.
2Tm
3:10-13 - Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus
padecerão perseguições – Paulo
explica a Timóteo que a vida do povo de Deus não será um mar de
rosas. Não será só felicidade, mas será sofrimento, e perseguição
e injustiças. E mais, que Timóteo deve esperar a perseguição como
um fato normal na vida do verdadeiro crente. A luz incomoda as
trevas, de maneira que quanto mais forte brilhar a luz de Cristo em
alguém, mais contrariados ficarão os ímpios até o ponto de
perseguir os servos de Deus. Mas o Senhor já nos tinha avisado isso
desde o começo: se
alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a
sua cruz, e siga-me (Lc 9:23),
quer dizer, leve coMigo
a vergonha e o estigma do Evangelho, e Me siga, suportando a rejeição
do mundo. Ao mesmo
tempo,
o Senhor nos garantiu que são abençoados os que por isso passarem:
Bem-aventurados
os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o
reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha
causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos
céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós
(Mt 5:10-12).
2Tm
3:14-17 - Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa...
para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído
para toda a boa obra. Diante
do quadro de falsa religião acima, Paulo continua apontando para a
única uma solucão – a Palavra de Deus, que está à nossa
disposição por meio da Escritura Sagrada. É o livro santo, a
coleção de tudo que Deus verdadeiramente falou, que pode tornar os
homens sábios
para a salvação, é
por essa Palavra que Deus nos dá o novo nascimento (1Pe
1:23).
Foi assim na vida de Timóteo, o conhecer da Bíblia é que o
preparou para ser salvo e agora ser instrumento de Deus para a
salvação dos outros.
A
Bíblia também capacita a qualquer crente para toda
a boa obra, porque
ela nos instrui acerca de todas as àreas da vida. Dela obtemos o
fundamento correto para exercer qualquer atividade da maneira certa,
que seja boa aos olhos do Senhor, uma vez que seu conteúdo é
totalmente a verdade (Jo
17:17).
Todo o
que se basear nela, seja para ministério, seja para trabalho, seja
para vida comum na sociedade, será
como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu
fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer
prosperará (Sl 1:1).
2Tm
4:1,2 - Pregues a palavra. Essa
Escritura precisa ser pregada, pela glória da vinda de Cristo,
precisa ser pregada. Não apenas sugerida, não apenas explicada, não
apenas apresentada, não apenas descrita, mas pregada. De nada
adianta entreter, bajular, acomodar, encantar os ouvintes. A Palavra
deve ser pregada, isto
é, proclamada com toda a convicção, como sendo a verdade vinda de
Deus e cujos mandamentos e exortações todos os homens têm o dever
de obedecer. Como
o arauto que proclama o decreto do rei. O arauto não tem autoridade,
mas o decreto que ele proclama tem, pois é a própria voz do Rei que
se faz ouvir pela proclamação do arauto. Com
longanimidade
e doutrina, a
Escritura deve ser aplicada ao coração de cada um, lhes apontando
com toda a clareza tudo que eles devem fazer e o que não devem
fazer. E não somente um tipo de aplicação, mas com todo o
equilíbrio e abrangência, dar
a cada um o que precisa. Paulo ordena a Timóteo: redarguas
– ou
seja, argumente, convença, defenda a verdade e a sã doutrina;
repreendas
– corrijas,
censures, denuncies o pecado e falsa doutrina; exortes
– ou
seja, direcione, estimule, incentive, encoraje os ouvintes a crer e
obedecer. Esse é o trabalho principal de uma igreja para iluminar o
mundo: proclamar a Palavra, e esta é a única solução que o
apóstolo aponta para os tempos
trabalhosos (2Tm
3:1).
2Tm
4:3,4 –
Virá
tempo em que não suportarão a sã doutrina.
Deve-se pregar a palavra a
tempo e fora de tempo,
isto é sempre que houver oportunidade, pois a qualquer momento, as
pessoas que estão nos ouvindo poderão se tornar indispostas e nos
abandonar. Aqueles que querem uma religião fácil, uma fé que
somente lhes traga vantagens, onde não haja lutas nem perseguições,
costumam procurar os mestre que falem aquilo que eles querem ouvir.
Tendo
comichão nos ouvidos, ou
seja, como que incomodados com uma coceira (a pregação fiel das
exigências de Deus), vão procurar quem coce os ouvidos deles, isto
é, pregadores que só falem coisas agradáveis. Assim o falso mestre
certamente é condenável e abominável, mas só existe o falso
pregador porque também existem pessoas que gostam de ser enganadas e
o procuram para o ouvir. Essas pessoas é que amontoam para
si doutores conforme as suas próprias concupiscências, isto
é, suas cobiças pecaminosas.
O
falso ministério é alimentado e promovido pelo falso rebanho,
daqueles que realmente não querem a verdade da Palavra, e assim
cumprem a palavra dita: vão de
mal para pior, enganando e sendo enganados (2Tm 3:13).
2Tm
4:5-8 - Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. A
obra do ministério dele estava acabando, e ele sabia que seria
martirizado pelo Evangelho, como uma oferta no altar de Deus, mas
que
bênção é
terminar assim! Poder
olhar para trás em nossa vida cristã, quando estiver chegando a
nossa hora, e ter uma boa consciência de fidelidade diante de Deus!
Assim, a fidelidade que exercemos hoje, rende no final da vida esse
fruto de uma partida gloriosa para os braços do Senhor.
2Tm
4:9-15 - Procura vir ter comigo depressa. Paulo
chama Timóteo, pois ele é um dos poucos com que pode realmente
contar. Na hora
da angústia
é que nasce
o irmão (Pv 17:17),
nos tempos difíceis é que os votos e promessas de amizade são
postos à prova.
Traze
os livros (2Tm 4:13) certamente
os
rolos da Palavra de Deus, dando para nós um tremendo exemplo de
dependência da Palavra, que mesmo o apóstolo em face da sua
despedida desta vida, não aguenta ficar sem ler. Achando-se
as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e
alegria do meu coração (Jr 15:16).
2Tm
4:16-22 – Ninguém me assistiu na minha primeira defesa... Mas o
Senhor assistiu-me e fortaleceu-me. Paulo
diante do tribunal não teve ninguém para ajudá-lo a se defender.
Mas teve a presença verdadeira e real de Cristo consigo, que foi
mais do que suficiente. Porque,
quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá
(Sl 27:10). Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por
isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei. Portanto
está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a
minha carne repousará segura (Sl 16:8,9). Assim
o apóstolo se despede, proclamando a convicção da comunhão que
tem com Cristo, que é a razão de toda a felicidade e
bem-aventurança que sempre esteve com ele, e agora muito mais
passaria a estar, na eternidade gloriosa em Sua presença.