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sábado, 15 de novembro de 2014

Cristo veio salvar os pecadores - Comentário de 1Tm 1-2


1Tm 1:1,2 – A meu verdadeiro filho na fé.
Na Grande Comissão Cristo nos ordenou fazer discípulos de todas as nações (Mt 28:20). Sendo assim, uma relação de proximidade é estabelecida entre o crente e cada pessoa que ele conduzir à fé em Cristo. Embora eles serão discípulos de Cristo e não dos homens, sempre existirá essa amizade preciosa entre o convertido, e o crente que lhe falou a palavra de Deus, a fé do qual ele imitará, inevitavelmente atentando para a sua maneira de viver (Hb 13:7). Esse relacionamento então é um privilégio, mas também uma tremenda responsabilidade, pois o Senhor disse: “Ai de quem escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim (Mt 18:6-7).

1Tm 1:3-7 – Se entregaram a vãs contendas.
Timóteo não é exortado a dialogar ou debater com os falsos mestres, mas a fazê-los se calar. A voz da heresia deve ser silenciada na igreja. Além disso, há certos tipos de debates que não edificam, à medida que se prolongam, só servem para aumentar as dúvidas, principalmente quando se debate coisas que não convém. Mas que assunto convém debater na igreja? Aquele cuja conversação promover o amor de um coração puro, uma boa consciência e uma fé não fingida (1Tm 1:5).

1Tm 1:8-11 – A lei é boa, se alguém usa dela legitimamente.
Há diferença entre pecado e crime. Pecado é todo ato contrário aos mandamentos de Deus, e crime é um pecado que Deus ordena que a sociedade deve punir. Assim todo crime é pecado, mas nem todo pecado é crime. O uso legítimo da Lei é instruir a sociedade sobre que atos são crimes que devem ser punidos pelo governo: a Lei de Deus então condena, por exemplo, os injustos, obstinados, ímpios, pecadores, profanos, irreligiosos, parricidas, matricidas, homicidas, devassos, sodomitas, roubadores, mentirosos, perjuros, e tudo que for contrário à sã doutrina (1Tm 1:9,10). Portanto, é equivocado lançar fora todas as regulamentações civis da Lei de Deus, conforme constam no Pentateuco, porque são elas quem vão informar o que o governo da sociedade deveria punir e como. Não há autoridade maior para estabelecer a justiça no mundo do que as palavras que saíram da boca de Deus, pelas quais o homem viverá (Mt 4:4).

1Tm 1:12-14 – Cristo Jesus me teve por fiel, pondo-me no ministério.
Tão graves eram os pecados de Paulo, mas mesmo assim houve salvação e nova vida para ele em Cristo. Como ele diz, isso é um exemplo de esperança para os piores pecadores, que também podem ser redimidos por Cristo. Não há pessoa tão ruim que esteja fora do poder de Cristo para ser salva. Ele promete: Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora (Jo 6:37), mesmo que antes da conversão ele tenha sido um blasfemo, e perseguidor, e injurioso (1Tm 1:13), como Paulo foi, pois onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm 5:20).

1Tm 1:15-17 - Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.
A salvação é pela Graça, não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2:8,9). Ninguém pode merecer a salvação, se alguém merecesse, não precisaria de Cristo, mas Ele não veio para os que pensam que são justos, veio para chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5:32). São esses, que podem alcançar misericórdia e achar graça em Cristo (Hb 4:16). Justamente o exemplo de como Paulo pôde ser salvo por Cristo, com toda a demonstração da longanimidade (1Tm 1:16), isto é, da paciência de Cristo durante o tempo que Paulo viveu no pecado, é um estímulo a todos os pecadores para que venham a Cristo e bebam de graça da água da vida (Ap 22:17), porque o Seu jugo é suave, e o Seu fardo é leve (Mt 11:30).

1Tm 1:18-20 - Entreguei a Satanás.
Isto é, excluiu da igreja (como em 1Co 5:1-13 em especial o v. 5), por causa da gravidade dos seus pecados de blasfemar, rejeitando a boa consciência, ou seja, pecando incontidamente de forma intencional. Confirmamos aqui que há um limite de tolerância da igreja para que uma pessoa permaneça sendo considerada seu membro. Mas ele diz esperar que eles aprendam, portanto a exclusão tem incluída a esperança de restauração, quando o excluído se arrepender.

1Tm 2:1,2– Que se façam orações por todos os homens, pelos reis, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada.
Deus não quer que oremos somente pelas pessoas parecidas conosco, que estão no mesmo nível, na mesma classe social. De forma alguma, todos os tipos de homens devem ser alvo das nossas orações, principalmente os governantes, pois por meio deles Deus pode nos dar uma vida quieta e sossegada, à medida em que eles contribuírem para promover a justiça e a segurança da nação em que vivemos.

1Tm 2:3-4 – Deus... quer que todos os homens se salvem.
A ênfase aqui é a mesma do ensino sobre a oração. Assim como Deus quer que oremos por todos os tipos de homens, assim também a oferta da salvação deve ser proclamada a todos os tipos de homens, sejam escravos, sejam livres, sejam trabalhadores, sejam governadores. Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado (Mc 16:15,16).

1Tm 2:5-7 – Um só mediador entre Deus e os homens.
Seja governante como Davi ou governado como Natã, rico como Jó ou pobre como Lázaro, religioso como Nicodemos ou publicano como Mateus, todos que entrarem no Reino, entrarão pela única Porta, que é Cristo. Debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4:12). A distância de Deus é a mesma para todos, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3:23), e a única maneira de superá-la é por meio de uma aliança com Aquele que é o caminho, e a verdade e a vida; pois ninguém vai ao Pai, senão por Ele (Jo 14:6).

1Tm 2:8 – Quero que orem em todo lugar.
Que belo testemunho é um cristão se levantar para orar em seu ambiente de trabalho, em um restaurante, em praça pública, na rua, na reunião de sua família... É uma bendita ousadia pelo Reino de Deus, se fazer representante dos homens, e como verdadeiro sacerdote, dar a Deus o louvor que todos deveriam estar dando. Aproveitemos toda oportunidade, para a glória de Nosso Senhor Jesus.

1Tm 2:9-10 – As mulheres se ataviem com pudor e modéstia.
Uma vez que nosso corpo só pode ser usufruído por nosso cônjuge (1Co 7:4), não há nenhum lugar para a sensualidade na nossa vida, fora das quatro paredes do matrimônio. Ser sensual em público é característica dos que não têm o Espírito (Jd 19). A pessoa modesta não deseja chamar a atenção para si, nem se destacar no meio da multidão. Provavelmente ao se cuidar da modéstia primeiro, o problema do pudor será resolvido automaticamente. Um coração simples e puro irá se manifestar numa aparência também simples e pura. Mas se houver ostentação e malícia no modo de vestir de alguém, com isso se demonstra que o coração também não está em ordem. O cristão tem um enfeite melhor para usar, e muito mais belo: as boas obras que pratica (2Tm 2:10), as quais levam aqueles que nos observam a glorificar a nosso Pai, que está nos céus (Mt 5:16), e a pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra (Cl 3:2).

1Tm 2:11-14 – Não permito que a mulher use de autoridade sobre o marido.
Nenhuma mudança cultural da nossa sociedade vai mudar a ordem estabelecida por Deus, de que o marido deve ser o líder do seu lar, governando sua esposa e seus filhos. Em coerência a este princípio, a igreja em sua distribuição de ministérios deverá tomar o cuidado de não colocar uma esposa para liderar, pregar ou ensinar o seu marido. Em 1Co 14 Paulo já tinha orientado algo semelhante, que as esposas dos pregadores não deveriam se pronunciar na avaliação pública da pregação (1Co 14:29-35). Os motivos para essa restrição não são culturais, mas universais: Adão foi criado primeiro que Eva, e não foi enganado da maneira que Eva foi (1Tm 2:13,14). Assim as esposas não devem inverter a ordem hierárquica dada por Deus, nem por pretexto de ministério na igreja.

1Tm 2:15 - Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos.
Certamente não está falando que as mulheres se salvam do Juízo Final pelo fato de se tornarem mães. O que diz é que a dignidade das mulheres foi vindicada no fato de que Deus quis trazer o Salvador ao mundo por meio delas, no exercício da maternidade. Confirmou-se assim que a ocasião mais própria para a mulher exercer autoridade é quando ela vem a ser mãe de filhos. Assim como o marido tem autoridade sobre a esposa, a esposa também tem autoridade sobre os filhos, e deve usar essa autoridade para o ensino e edificação de suas crianças no caminho do Senhor, à medida que ela própria persevera em modéstia na fé, no amor e na santificação.

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