1Ts
4:1,2 – O
apóstolo tinha dado
mandamentos pelo Senhor Jesus aos
tessalonicenses, de tal forma que eles já sabiam como viver de forma
a agradar a Deus. O
progresso deles, e de todo crente na santificação é um progresso
na obediência.
O crente cresce na mesma proporção em que é
cumpridor da palavra, e não
somente ouvinte
(Tg 1:22).
Então é necessário um esforço contínuo para obedecer cada
vez mais.
Ao mesmo tempo, o crente não pode alegar não saber o que deve
fazer, porque esta palavra está
mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires
(Dt 30:14).
1Ts
4:3-8 – A
santificação do crente na área dos relacionamentos se aplica em:
Abster-se
da prostituição (…) porque
não nos chamou Deus para a imundícia – “Prostituição” aqui
significa não só as relações sexuais por dinheiro, mas todas as
relações sexuais sem casamento ou antinaturais, em suma, todos os
pecados sexuais.
Possuir
o seu vaso em santificação e honra – A
santificação requer um relacionamento que não descuide do aspecto espiritual, em que Deus seja
invocado pelo casal para abençoar e guiar essa relação. A honra
requer o respeito devido ao futuro cônjuge. As duas ordenanças se
aplicam em trabalhar para obter o seu esposo ou esposa da forma
prescrita por Deus, venerando o
matrimônio e o leito sem mácula (Hb 13:4),
isto é, reconhecendo a necessidade da aliança social e guardando a
virgindade para depois que tal aliança possa ser efetivada, quando um novo lar puder ser formado pelo casal.
Não
na paixão da concupiscência – Os
ímpios em seus relacionamentos colocam a satisfação dos desejos
físicos em primeiro lugar, antes do desenvolvimento do amor e da
efetivação da aliança social do casamento. Com isso demonstram
desconhecer ao Deus santo e Sua ordenação, não só da pureza
prévia, mas também de um compromisso profundo e vitalício,
expresso pelas palavras: deixará
o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne (Gn 2:15).
Ninguém
engane a seu irmão, (…) porque o Senhor é vingador destas
coisas – Usufruir
do corpo de uma pessoa sem estar casado com ela é enganar, defraudar
e roubar, porque o corpo de alguém só pode pertencer ao seu cônjuge
(1Co 7:4). Assim
como Deus castiga os ladrões de bens materiais, também aos
que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará (Hb
13:4).
1Ts
4:9,10 – Os
tessalonicenses aprenderam diretamente de Deus, isto é, do Espírito
Santo, a amar uns aos outros. Podemos entender que Deus deu um
abundante e espontâneo amor aos irmãos daquela jovem igreja, a tal
ponto de não precisarem de exortação da parte do apóstolo. Ainda
assim, ele diz: progridam nisso, amem-se cada vez mais!
Assim não
deve o crente parar de desenvolver aquilo que recebeu de Deus,
julgando que o haja alcançado,
mas
deve sempre prosseguir
para o alvo (Fp 3:13,14). “Já
não se trata de “leis”, com as quais é possível estar “pronto”
depois das respectivas realizações, mas de uma nova vida de acordo
com o coração de Deus e de Jesus, para cujo crescimento não há
limites (1)”.
1Ts
4:11,12 - A
santificação do crente inclui o exercício de uma vocação
produtiva neste mundo. Mesmo no princípio, Deus pôs
ao homem
no jardim do Éden para o lavrar e o guardar (Gn 2:15). Assim
o crente está ordenado a viver em paz, trabalhando pelo seu sustento
de todo o coração, como ao Senhor, e não aos
homens (Cl 3:23), onde
quer que Deus o tenha colocado. Pois em
todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza
(Pv 14:23).
1Ts
4:13-18 – Neste
capítulo já diferenciou-se os crentes dos gentios pela
santificação. Outra diferença aparece agora: que os crentes têm
esperança na ressurreição dos mortos, que Cristo efetuará em Sua
volta. Assim, o povo de Deus não deveria se entristecer quando um
dos seus parte em Cristo, pois Deus
os tornará a trazer com Ele. Se
os mortos de Cristo voltam com Ele, é porque antes estavam em Sua
presença.
Esse é o ensino de Paulo, que disse ter o
desejo de partir, e estar com Cristo, porque
isto era
ainda muito melhor do
que permanecer na carne (Fp
1:23,24). Ao
ladrão na Cruz, o Senhor disse: hoje
estarás comigo (Lc 23:43);
e aos apóstolos
disse antes da Sua morte: vou
preparar-vos lugar (Jo 14:2).
O lugar que Ele preparou é o monte Sião, e
a cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celestial, a
universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão
inscritos nos céus, onde estão
os espíritos dos justos aperfeiçoados, na
presença de Deus (Hb 12:22,23).
Assim,
quando o Senhor descer
do céu, os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro,
isto é, terão seus espíritos
unidos aos corpos ressuscitados. Depois os crentes
que estiverem vivos,
[todos serão
transformados num momento, num abrir e fechar de olhos (1Co
15:51,52)] e serão
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor
nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Então
o consolo é que não só o crente reencontrará seus irmãos na fé,
como essa reunião geral de todos os salvos, do passado e do
presente, acontecerá no glorioso dia da volta de Cristo.
1Ts
5:1-11 – Como
o crente deve viver na expectativa dessa volta de Cristo, ele vigia
para estar sempre preparado, afim de receber o seu Senhor a qualquer
momento, sem ter do que se envergonhar (Lc
12:35-48).
Por isso, porque o crente é filho
do dia, ele
não mais vive
em noitadas e bebedeiras, como os ímpios, que são da
noite e das trevas fazem.
Ele ocupa melhor o seu tempo aqui na terra em coisas que edificam a
sua fé, seu amor e sua esperança, edificando e exortando uns aos
outros, para que todos estejam sempre preparados para aquele grande
dia.
1Ts
5:12-22 – Diversas
exortações curtas são dadas em sequência:
Reconheçais
os que trabalham e presidem – Recebendo
em paz as
suas admoestações, amando-os e estimando-os por causa da
importância da sua obra.
Sejais
pacientes com todos – Cuidando
uns dos outros conforme a necessidade de cada um: o desordeiro
precisa de admoestação, o desanimado precisa de consolação e o
fraco precisa ser sustentado espiritualmente. Nunca retribuindo mal
com mal, mas vencendo o mal com o
bem (Rm 12:21).
Regozijai-vos
sempre – Porque
isso glorifica a Deus, demonstrando nossa confiança nEle, e
manifestando a felicidade que é ter sido salvo por Ele.
Orai
sem cessar – Que
o crente cultive continuamente um espírito de oração, de tal forma
que esteja sempre que possível falando com Deus. O costume de ter
horários de oração diariamente também contribui para este fim,
tal como o salmista que tinha sete horários (Sl
119:164),
ou Daniel que tinha três (Dn
6:10).
Em
tudo dai graças – Porque
Deus pela Sua vontade decretiva está no controle de todas as coisas,
as quais Ele faz contribuir
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28).
Não
extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai
tudo. Retende o bem – Estas
quatro exortações devem ser consideradas juntas. A igreja não
extingue o Espírito Santo (perde a comunhão com Ele) quando não
despreza as profecias (as proclamações da Palavra de Deus que são
feitas em seus cultos). Ao mesmo tempo não devemos aceitar cegamente
tudo que nos é pregado, mas devemos conferir cada
dia nas Escrituras se as
coisas são
assim (At 17:11),
tal como também
foi ensinado: falem dois ou três
profetas, e os outros julguem (1Co 14:29).
1Ts
5:23,24 – A
carta termina essa seção sobre santificação e esperança da vida
cristã com uma oração e certeza que Deus mesmo tornará cada uma
dessas coisas realidade na vida de cada pessoa que Ele salvou, porque
fiel é O que vos chama; tendo
por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a
aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo (Fp 1:6).
1Ts
5:25-28 – A
comunhão afetuosa de Paulo para com os irmãos se manifesta
novamente no final da carta:
Mesmo
sendo apóstolo, ele também precisa de oração, e manda uma
saudação carinhosa a todos, demonstrando um exemplo de como devemos
viver em igreja: orando uns pelos outros, e tratando-nos com afeto.
Lembra
da importância de cada crente ouvir estas palavras que ele escreveu,
porque Cristo fala
nele (2Co
13:3),
e as coisas que Ele lhes escreve são
mandamentos do Senhor (1Co 14:37).
Por
fim, lhes abençoa com a graça de Cristo, aquela que nos
dá
uma eterna consolação e boa esperança (2Ts
2:16,17).
(1)
DE BOOR, W. Comentário Esperança – I Tessalonicenses, p. 32.
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