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sábado, 31 de maio de 2008

Quem és, Senhor?

Foi o que perguntou Saulo, quando caiu cego pela luz de Cristo na estrada para Damasco (At 9:5). Já muitas pessoas de nosso tempo também caíram cegas, mas não por contemplarem ao Senhor, mas por amarem e abraçarem o chão deste mundo, e se interessarem somente por sua sobrevivência, seu dinheiro, seus bens, aparência, prazer, lazer, conhecimento, reputação, comprar, possuir, usufruir... Não parece haver muito lugar para Deus na vida delas. Deus geralmente não é muito citado no mundo, não é muito citado na escola, não é muito citado no local de trabalho. Deus é tratado como uma opinião entre outras possíveis. Se é assim, quando elas vão se interessar em saber quem Deus é?
De qualquer modo, quase todos reconhecem que Deus existe. Quem diz que Ele não existe precisa fazer um esforço muito grande para negar aquilo que no fundo todos sabem ser verdade. Mas como é o Deus que as pessoas em geral acreditam? É o Deus verdadeiro? Ou apenas uma idéia falsa de Deus? Como se pode saber? Que pistas Ele deixou para nós O conhecermos?

1-A Criação
Algumas pessoas, daquelas que reprimem sua consciência para dizer que Deus não existe, usam as teorias científicas como argumento para dizer que o mundo se fez sozinho. Esquecem que toda teoria é só teoria, uma possibilidade imaginada de acordo com as evidências observadas no momento. Isto é, a Ciência mesmo nunca se considera como verdade absoluta. Ainda assim, a própria Criação já é uma prova clara da existência do Criador (Rm 1:19-22), pois nela Deus manifesta a Sua glória para nós (Sl 19:1-5), em toda a magnitude, harmonia, beleza e maravilha da natureza. É bom lembrar que no início da Ciência Moderna, muitos cientistas eram cristãos que procuravam leis na Natureza justamente por crerem num Soberano Legislador.
Outras pessoas concordam até que Deus criou o mundo, mas que depois deixou as coisas correrem sozinhas. Quer dizer, como um relojoeiro que fabrica um relógio, dá a corda e vai embora. Porém a Palavra diz que Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas (At 17:25); que guarda suas vidas (Ne 9:6) e supre continuamente suas necessidades (Sl 145:15,16).
Se a Ciência não se considera verdade absoluta, a Palavra de Deus reivindica exatamente isso. "Tua Palavra é a verdade", disse Jesus (Jo 17:17). Pela Palavra entendemos que nosso mundo e nossa vida têm propósito, têm destino, foram planejados por Deus, são sustentados por Ele e são objeto do Seu cuidado. Nela aprendemos que Deus deu ao ser humano a tarefa de ocupar, governar, cultivar e preservar o mundo que Ele criou (Gn 1:28; 2:15), cultivando um coração grato por tudo que Ele concedeu de bom para nós usufruirmos (Gn 1:29-31; 1Tm 4:5; 6:17).

2-O livro de Deus
O Rei Eterno é imortal e invisível (1Tm 1:17), nenhum dos homens O viu nem pode ver (1Tm 6:16). Se tivéssemos apenas a Criação para conhecê-Lo, saberíamos sobre Sua majestade, Seu poder e Sua sabedoria. Mas não saberíamos que Ele nos oferece Sua salvação e Sua graça. Na pessoa de Jesus Cristo, Deus revelou plenamente Sua verdade e Sua vontade para nós (Hb 1:1-4) e a Bíblia é o registro desta revelação. O fato de termos acesso à Palavra de Deus é uma luz para nós descobrirmos a vontade de Deus, quem é Deus, o que é a verdade e como sermos salvos, pois a Palavra, como espada do Espírito Santo (Ef 6:17), nos ensina todas essas coisas.
Esta Palavra que veio do próprio Deus deve ser obedecida fielmente (Dt 27:8-10), é infalível (Is 34:16) e eterna (Is 40:8); pois Deus não poderia falar de forma menos grandiosa (Sl 29). Ela é tão suficiente que diz: se algum crente falar para a igreja, deve falar segundo a Palavra de Deus (1Pe 4:11), não indo além do que está escrito (1Co 4:6), nada acrescentando (Pv 30:6) e nem diminuindo (Dt 12:32). A Bíblia basta.
É uma Palavra amável, por ser muito pura (Sl 119:140). Ela é poderosa e cheia de majestade (Sl 29:4), é martelo que quebra a pedra (Jr 23:29), é espada que penetra o coração (Hb 4:12). Bem-aventurado quem lê, quem ouve (Ap 1:3), quem medita nela dia e noite (Sl 1:1,2), quem guarda e quem pratica (Jo 13:17), pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará (Sl 1:3).
Renderemos graças a Ti, Senhor, pois magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra (Sl 138:1,2)! E agora que nos atrevemos a falar sobre Ti, ainda que somos pó e cinza, não sejamos como os amigos de Jó, que não disseram de Ti o que era reto (Jó 42:7), mas que o nosso coração ferva com palavras boas a Teu respeito (Sl 45:1) e seja-Te agradável a nossa meditação (Sl 104:34).

3-Deus onisciente.
"Deus está vendo", "Deus sabe do meu coração", "Deus é testemunha", "Deus sabe de todas as coisas", são algumas frases populares que corretamente falam da onisciência de Deus. Pois a Palavra nos confirma que Ele realmente ouve tudo, vê tudo e sabe tudo. Nada pode surpreender a Deus, Ele não pode se espantar, pois desde o princípio anuncia o que há de acontecer (Is 46:10). Nada podemos esconder dele, nem os nossos pecados secretos, nem nossos pensamentos, nem nossos planos (Ez 11:5). Ele não é como nós, vendo as coisas segundo o que parece aos olhos (2Co 10:7), o Senhor, ao contrário, olha para o coração (1Sm 16:7).
Esta verdade torna inútil toda a hipocrisia e fingimento, elas serão expostas no dia em que Deus julgar os segredos dos homens (Rm 2:16). Mesmo que às vezes pareça que Deus não está vendo as injustiças que se cometem, aqueles que temem ao Senhor sabem que Ele atenta e ouve, tomando nota das obras dos homens (Ml 3:13-16), para o dia em que Ele retribuirá a cada um segundo as suas obras (Ap 20:12).
Por isso, Senhor, confiamos que Tu nos ouve quando clamamos (Sl 34:17) e que nossos caminhos estão perante os Teus olhos (Pv 5:21). Purifica-nos dos erros que não percebemos (Sl 19:12), vê se há em nós algum caminho mau e guia-nos pelo caminho eterno (Sl 139:24) para que Teu sorriso esteja sobre nós (Sf 3:17) e não tenhamos do que nos envergonhar.

4-Deus onipresente.
Neste tempo, principalmente nos centros urbanos, muitas pessoas se sentem solitárias, mesmo no meio de uma multidão, pois ali não se conhecem uns aos outros. A onipresença de Deus nos garante de não estarmos realmente sozinhos, não nos sentirmos solitários e podermos usufruir da compania do Senhor em nossas vidas (Sl 16:8).
Essa onipresença nem sempre é percebida ou entendida por nós (Gn 28:16), mas Deus está em todos os lugares, agindo em todos os lugares, governando tudo e sustentando tudo (Jr 23:24; Sl 145:15; At 17:25). Isto também nos chama à responsabilidade por nossos atos, ao lembrarmos que sempre estamos na presença dEle (2Co 2:17).
Nós te louvamos, Senhor, pois Tu és conosco por onde quer que andemos (Js 1:9), nos guardas por onde quer que formos (Gn 28:15), nos acompanhando como sombra (Sl 121:5), todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28:20). E porque Tu tens sido o nosso auxílio e socorro presente na angústia (Sl 46:1), jubilosos cantaremos, refugiados à sombra das Tuas asas (Sl 63:7).

5-Deus onipotente.
Muitas pessoas ficam deslumbradas pelas conquistas da humanidade e pelas promessas que a tecnologia, a sociedade e as filosofias lhes fazem. Mas se apenas contemplassem os céus, obra dos dedos de Deus, a lua e as estrelas que Ele preparou, já poderiam perguntar: que é o homem mortal para que Deus se lembre dele (Sl 8:3,4)? Como se iludem aqueles que não reconhecem que riquezas e glória vêm de diante do Senhor, que Ele domina sobre tudo, que na Sua mão há força e poder e na Sua mão está o engrandecer e dar força a tudo (1Cr 29:12)!
O ser humano, frágil e incapaz, precisa em tudo do Deus Todo-Poderoso, até para continuar respirando (Jó 34:14,15). Se o tempo que o ser humano gasta para elogiar-se pelo que pode fazer fosse gasto para igualmente refletir no que não pode fazer, como este mundo se inundaria de orações suplicantes a Deus!
Diante disto, Senhor, proclamamos que a nossa força nada faz. A Tua força tudo pode fazer. Quem, além de Ti, poderia fazer o sol se deter e a lua parar (Js 10:13)? Quem poderia fazer chover pão dos céus (Ex 16:4)? Quem poderia fazer os cegos verem, os coxos andarem, os leprosos serem purificados e os surdos ouvirem (Lc 7:22)? E quem, além de Ti, poderá ressuscitar todos os mortos (Ap 20:12), destruir a morte para sempre (1Co 15:54); livrar a Criação do cativeiro com a liberdade da glória dos Teus filhos (Rm 8:19-22), restaurar todas as coisas (At 3:21), fazendo novos céus e nova terra, nos quais habite a justiça (2Pe 3:13)? Fortalece-nos Senhor, em Ti e na força do Teu poder (Ef 6:10), porque as coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Ti (Lc 18:27).

6-Deus Santo.
Sempre que o ser humano inventa uma religião, ele imagina deuses parecidos consigo mesmo, deuses fracos, cheios de intrigas, ganâncias, invejas, maldades e caprichos. Seus deuses não são melhores que ele, e não lhe pedem nada que ele não possa fazer. Geralmente se cria um tipo de relação comercial como, por exemplo, ofertas em troca de bençãos.
Mas o Senhor, Deus vivo e verdadeiro, nunca poderia ser inventado, simplesmente porque é santo, puro, perfeito, de um modo como jamais passou pela imaginação do homem. Sua separação de todo mal, Sua altíssima Lei, Sua infinita pureza, sua total repulsa pelo pecado, só poderiam ser conhecidas por nós pela revelação que Ele fez de Si mesmo. "Quem não te temerá, ó Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque só Tu és santo (Ap 15:4)".
É fácil lidar com os deuses inventados pelos homens, mas quem poderia estar em pé perante o Senhor, este Deus santo (1Sm 6:20)? A santidade dEle nos faz tremer e reconhecer nossos pecados (Is 6:5), nos prostrando debaixo dos Seus pés (Sl 99:5). Com solenidade, Ele nos ordena sermos santos por causa da Sua santidade (1Pe 1:15,16) e ter fome e sede de uma vida que Lhe glorifique. Ele não precisa em nada de nós, mas nos ordena tudo por Sua autoridade e nos dá tudo por Sua misericórdia (Sl 50:7-12; Rm 11:33-36; 1Co 4:7).
Te louvamos, Senhor Deus, pois Tu és santificado em justiça (Is 5:16). Tua santidade é puríssima (Hc 1:13), Tua santidade é gloriosa (Ex 15:11), Tua santidade é tremenda (Sl 99:3), Tua santidade é única (1Sm 2:2), Tua santidade é soberana (Sl 47:8), Tua santidade é confiável (Sl 22:3-5) e mais do que tudo, Tua santidade é perfeitamente bela (Sl 96:9). Santo, Santo, Santo és Tu, Senhor Deus Todo-poderoso, que era, que é, e que há de vir (Ap 4:8)! Santifica-nos para Tua glória, a qual enche toda a terra (Is 6:3).

7-Deus justo.
Algumas pessoas pensam que Deus perdoa os pecados porque é bom, porque é amor. É verdade que Ele é amor e é bom, mas não é por isso que Ele perdoa os pecados. Se fosse assim, a gente poderia pecar à vontade e Deus por ser "bom" não ligaria para os nossos pecados. Se Deus fosse assim, aliás, nem seria tão bom, por deixar correr solto o mal. Mas porque o Senhor é justo, ele ama a justiça (Sl 11:7) e ao culpado não tem por inocente (Na 1:3), mas realmente castiga o pecado (Ez 7:9).
Essa justiça de Deus nos faz não buscar vingança contra os que nos fazem mal, mas esperar nEle (Rm 12:19). Todos os questionamentos que possamos fazer acabam quando confiamos que "justo é o Senhor em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras" (Sl 145:17) e os Seus pensamentos são mais altos do que os nossos pensamentos (Is 55:3). O Senhor é o nosso Juiz, o Senhor é o nosso Legislador, o Senhor é o nosso Rei, Ele nos salvará (Is 33:22). Ele fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles (Lc 18:7).
O que nos lembra de também praticarmos a justiça, se é que somos filhos do Justo (1Jo 2:29), pois se aproxima o Dia em que Ele virá julgar a terra (Sl 96:13) e cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14:12).
E justo serias, ó Senhor, ainda que discutíssemos contigo (Jr 12:1). Tu tens razão quando nos julgas e estás certo quando nos condenas (Sl 51:4), pois diante de Ti não podemos justificar nossos pecados (Rm 3:19). Tu escreveste uma lei na consciência de cada um (Rm 2:14,15). E essa consciência nos acusa, todos os dias e muitas vezes a cada dia. E Tua Lei paga o pecado com a morte (Rm 6:23). Tu és tremendo! E quem subsistirá à tua vista, se te irares (Sl 76:7)? Mas graças te damos por Jesus Cristo, que nos livra da ira futura (1Ts 1:10).

8-Deus Salvador
O nosso Deus é o Deus da salvação (Sl 68:20), que não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33:11). Ele nos convida com amor a beber de graça da água da vida (Ap 22:17).
Mas uma das coisas que mais prejudica o entendimento da salvação oferecida por Deus é fazer pouco caso da perdição proclamada por Deus. Quem acha que não está doente nunca vai tomar o remédio. Muitos acham que já atingiram uma bondade suficiente para satisfazer a Lei de Deus. Esta ilusão só é possível se tivermos um ideal muito abaixo do que Deus realmente nos exige. Pois Ele ordenou nada menos que a perfeição: "anda em minha presença e seja perfeito" (Gn 17:1), "sede perfeitos como é perfeito vosso Pai que está no céu" (Mt 5:48); "amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração" (Dt 6:5). Não só nos atos, mas também nos pensamentos (Mt 5:27,28). E não só o mal que fazemos, mas todo o bem poderíamos ter feito e não fizemos se torna pecado de omissão (Tg 4:17). Mesmo as coisas boas que fazemos, nossas justiças, estão misturadas com pecados diversos no nosso coração (Is 64:6), principalmente o orgulho de termos feito o bem. E mesmo que se viva uma vida toda perfeita e se pecasse uma única vez, já se é condenado e amaldiçoado pela Lei (Tg 2:10; Gl 3:10). Miseráveis homens que somos! Quem nos livrará do corpo desta morte (Rm 7:24)? Adão e Eva foram criados capazes de cumprir a Lei, mas desde que pecaram, o nosso próprio coração tornou-se a fonte dos nossos pecados (Mc 7:20-23; Rm 5:12).
Muitos podem observar uma lista de proibições e tentar evitar o pecado e o mal, mas ainda assim não há um justo, nem um sequer (Rm 3:10). Muitos podem pesquisar e conhecer as doutrinas bíblicas, mas ainda assim não há ninguém que entenda (Rm 3:11). Muitos podem participar de cultos, orações, jejuns, vigílias, propósitos, campanhas, cerimônias e tradições, mas ainda assim não há ninguém que busque a Deus (Rm 3:11). Muitos podem esperar serem salvos pela intercessão e orientação de algum santo servo de Deus, ou de alguma santa igreja de Deus, mas ainda assim todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis (Rm 3:12), não servem para salvar. Muitos podem ajudar o próximo, serem honestos, bons cidadãos, seguirem os mandamentos bíblicos ou a cultura evangélica, mas não há quem faça o bem, não há nem um só (Rm 3:12). A verdadeira religião cristã é conseqüência da salvação, jamais a causa da salvação. Só podemos nos aproximar de Deus e sermos salvos pelo caminho que Ele ordenou.

9-Jesus, o Filho de Deus.
"Disse-lhes Jesus: eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14:6).
A Lei de Deus exige perfeição e Cristo a cumpriu perfeitamente na Sua vida (Hb 7:26). Os pecados dos homens exigem castigo e Ele recebeu esse castigo através da Sua morte na cruz, pagando o preço dos nossos pecados (1Jo 2:2). Por isso, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, e não confiam em si mesmos (Hb 7:25).
Não somos justos, mas Cristo foi justo em nosso lugar (2Co 5:21). Não podemos entender, mas Jesus nos é revelado como Salvador (Mt 16:15-17). Não buscamos a Deus, mas o Espírito Santo vem morar em nós (Ef 2:22). Somos inúteis para salvar, mas basta apontarmos para Cristo (At 16:30,31). Não fazemos o bem, mas somos justificados ao confiarmos em Cristo, sem as obras da lei (Rm 3:28).
O perfeito Salvador também é o perfeito modelo de vida. Qualquer dúvida sobre a vontade de Deus para nós se resolve olhando para a vida dEle (Rm 8:29), colocada como exemplo para que sigamos os Seus passos (1Pe 2:21).
Louvado sejas, Senhor Jesus, Tu és o Primeiro e o Último. Tu vives. Foste morto, mas estás vivo para todo o sempre, tens as chaves da morte e do inferno (Ap 1:17,18). Tu estás assentado à direita do Pai (1Pe 3:22), reinando, até que os Teus inimigos sejam postos debaixo dos Teus pés (1Co 15:25). Não era possível que a morte Te segurasse (At 2:24), porque Tu és o Príncipe da Vida (At 3:15) e só de dizeres "Eu Sou", Teus inimigos caem para trás (Jo 18:6). Louvado sejas, Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Is 9:6), Perfeito Jesus, Poderoso Jesus, Santo Jesus, Mestre Jesus, Profeta Jesus, Sacerdote Jesus, Rei Jesus, Servo Jesus, Salvador Jesus. Louvado sejas, Bendito Jesus, em Ti temos o Substituto, temos o Mediador, temos o Guia, temos o Advogado, temos o Pastor. Esperamos pelo dia em que ao Teu nome se dobrará todo o joelho (Fp 2:10), mas antes disso, hoje mesmo o Espírito Santo já nos fez declarar que Tu és o Senhor (1Co 12:3). Cremos somente em Ti para a nossa salvação.

10-O Espírito Santo de Deus
Se o Pai planejou a nossa salvação e o Filho a executou, ainda precisávamos que a salvação fosse aplicada à nossa vida. O Espírito Santo é quem faz isso. O Espírito Santo, pelo Seu poder, faz a mediação entre nós e Cristo, fazendo a salvação chegar à nossa vida. É Ele quem nos gera para o novo nascimento (Tt 3:5), nos convence dos nossos pecados (Jo 16:8) e nos dá a confiança em Cristo (1Co 12:3). Em todas as Suas obras, aponta para Jesus Cristo como alvo e sentido de tudo que Deus faz por nós e em nós (Jo 16:14).
Louvado sejas, bendito Espírito Santo, porque em Ti temos o Companheiro, o Ajudador, o Santificador, o Selo e a Garantia da salvação. Te louvamos porque Tu atuas em nós e por nós. Dás testemunho de Cristo e nos faz testemunhar (Jo 15:26,27). Consolas as nossas vidas e nos faz consolar (Jo 14:16; 2Co 1:4). Dá o desejo de sermos santos e nos santifica (Fp 2:13; 2Co 3:18). Nos faz odiar o pecado e mata o pecado em nós (Rm 8:13). Com Teus dons nos capacita (1Co 12:7) e com Teu fruto nos aperfeiçoa (Gl 5:22). Nos moves a orar (Ef 6:18), adorar (Jo 4:24) e obedecer (Rm 12:11). Tu promoves a nossa comunhão com Deus (Rm 8:26) e com os irmãos (Fp 2:1). Nos traz a própria presença do Pai e do Filho (Ef 2:22; Jo 14:17,23). Te louvamos porque Tu és Santo com o Pai e o Filho. Que nós andemos em Ti, assim como vivemos em Ti (Gl 5:25).

11-Deus que é amor!
Deus é amor e o amor é de Deus (1Jo 4:7,8), o amor flui de Deus como a luz do Sol, é a própria essência de Deus, Sua natureza é amor. Mas o amor de Deus é incondicional, gratuito, espontâneo, não existe nada na criatura que seja causa desse amor, Ele simplesmente ama (Dt 7:7,8). Ou seja, o amor de Deus não pode ser "conquistado", só pode ser recebido.
Esse amor de Deus é consolo, esperança e segurança para nós, é motivação para confiarmos nEle, nos maravilharmos e prostrarmos aos Seus pés, mas principalmente, amá-Lo de todo o nosso coração (Dt 6:5) e amar ao próximo como a nós mesmos (Gl 5:14). O amor de Deus por nós foi provado na morte de Cristo pela nossa perdição (Rm 5:8). O amor de Deus em nós é a prova da vida de Cristo na nossa santificação (1Jo 2:5; Rm 5:5).
Tu, Senhor, sustentas a todos os que caem e levantas a todos os abatidos (Sl 145:14), sara os quebrantados de coração e liga-lhes as feridas (Sl 147:3), Tu nos consolas com um consolo de mãe (Is 66:13), nos carregas em Teus braços como ovelhas recém-nascidas (Is 40:11), de forma que mesmo que sejamos atribulados, não seremos angustiados; se estivermos perplexos, não seremos desanimados; se formos perseguidos, não seremos desamparados; se formos abatidos, não seremos destruídos (2Co 4:8,9), porque Tu guardas a todos que te amam (Sl 145:20) e fazes com que todas as coisas contribuam para bem deles (Rm 8:28). Nós te amaremos de coração, ó Senhor, nossa fortaleza (Sl 18:1), sabendo que se te amamos é porque Tu nos amaste primeiro (1Jo 4:19).

12-Deus Triúno.
Deus é uma família eterna!1 Ele é um porque são três, pois não existe família de um só. E se fosse um isolado, Deus não poderia ser amor, pois o amor precisa ter a quem amar2. Assim Ele é Pai, Filho e Espírito Santo, que nunca deixam de amar uns aos outros eternamente. Tudo que um tem é dos outros, em tudo glorificam uns aos outros e em tudo servem uns aos outros (Jo 3:35; 16:13-15; 17:4,10,21,24,26). E a forma como o Pai, o Filho e o Espírito Santo se relacionam é o modelo para todos que pertencem ao povo de Deus, sobre como devem se relacionar uns com os outros (Jo 17:21).
Deus nos chamou para participarmos da Família dEle, e descobrirmos nossa real identidade, quando nos encontramos como integrantes do Povo de Deus, como filhos que a Trindade inteira trabalha para salvar e sustentar. Como falar sobre isso de forma distante? Como falar sobre isso sem nos dirigirmos em oração grata a Ele? Grande é o Senhor e muito digno de louvor; quem pode compreender a Sua grandeza (Sl 145:3)?
Glória a Deus, pela providência do Pai, pela fidelidade do Filho e pelo chamado do Espírito Santo!
Glória a Deus, pela misericórdia do Pai, pela mediação do Filho e pela conversão do Espírito Santo!
Glória a Deus, pela palavra do Pai, pela paz do Filho e pelo ensino do Espírito Santo!
Glória a Deus, pela eleição do Pai, pela redenção do Filho e pela confirmação do Espírito Santo!
Glória a Deus, pela adoção do Pai, pela herança do Filho e pelo testemunho do Espírito Santo!
Glória a Deus, pelo plano do Pai, pela obediência do Filho e pela santificação do Espírito Santo!
Glória a Deus, pelo amor do Pai, pela graça do Filho e pela comunhão do Espírito Santo!
Glória a Deus, pelas obras do Pai, pelos ministérios do Filho e pelos dons do Espírito Santo!
Glória a Deus, pelas três Testemunhas celestes: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque estes três são Um, e em nome dEles se fazem discípulos de todas as nações! (Ef 4:4-6; Tt 3:4-6; Jo 14:24-27; Ef 1:3-14; Rm 8:16,17; 1Pe 1:2; 2Co 13:13; 1Co 12:4-6; 1Jo 5:7; Mt 28:19).

E para que isso aconteça, te pedimos, Senhor, que Tu abras os olhos dos que estão se perdendo, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos, para que a partir de agora lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo (2Co 4:3,4), que Saulo viu na estrada para Damasco.
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1 Sobre a descrição da Trindade como família, ver HORREL, J. Scott. O Deus Trino que se dá, a imago Dei e a natureza da igreja local. Vox Scripturae, 6/2, dez/1996, p. 243-262. (p. 248-249); STEUERNAGEL, Valdir R. Obediência missionária e prática histórica: em busca de modelos. São Paulo: ABU Editora, 1993. 198p. (p. 103-106); e STEVENS, R. Paul. Os outros seis dias: Vocação, trabalho e ministério na perspectiva bíblica. Viçosa: Ultimato, 2005. 270p. (p. 53-55).
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2 Sobre a importância da doutrina da Trindade para a definição do amor e da salvação de Deus, ver:
HORREL, J. Scott. Uma cosmovisão trinitária. Vox Scripturae, 4/1, mar/1994, p. 55-77. (p. 65- 68;76-77).
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Publicado em Vivendo - Edição do Professor. Rio de Janeiro: JUERP.

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