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segunda-feira, 9 de junho de 2008

1º PASSO – AJUDANDO EM PARTICULAR

Não deixarás de repreender o teu próximo, e nele não sofrerás pecado (Lv 19:17).
Não existe crente solitário. A vida da igreja é comunitária. Os crentes vivem juntos. É necessário e essencial que mostremos uns aos outros quando estamos errando.
a) Porque muitas vezes não percebemos o pecado que cometemos;
b) Para desfazer mal-entendidos;
c) Para não deixar o indivíduo sozinho para descobrir a vontade de Deus. Na igreja ajudamos uns aos outros neste discernimento.

Mas antes de abordar alguém devemos ter em mente o seguinte:

1 - Não devemos disciplinar por falsas culpas.
Culpas falsas são aquelas que as pessoas colocam sobre nós, ou que são usadas para manipular as pessoas, ou para livrar alguém de suas próprias responsabilidades, ou ainda repassando culpas que a própria pessoa sente, ou disfarçar os verdadeiros motivos, nem sempre de forma consciente. Por ex.: “Já vai? Mas acabou de chegar! Ah... Não é justo você ir embora tão cedo!!!” (manipulação para constranger a pessoa a ficar).
Culpas verdadeiras são as culpas que temos por desobedecer à vontade de Deus. Ex. quando mentimos, roubamos, não cumprimos nossos compromissos, ou quando fazemos qualquer mal proibido na Palavra.
Examinemos cuidadosamente nossa questão, nos colocando no lugar do outro, afim de saber se realmente estamos falando de um pecado contra Deus, ou se apenas estamos julgando injustamente a pessoa, nos deixando levar pela emoção.

2 - Não disciplinemos em questões simples, superficiais ou indiferentes. O amor cobre uma multidão de pecados (1Pe 4:8). Há certas coisas que podemos deixar passar. Talvez não vá valer a pena falar com a pessoa, e a oração secreta a Deus será sempre a melhor oportunidade de colocar todos os defeitos e erros do nosso próximo.
Quanto a coisas que são duvidosas se são pecado ou não, menos ainda deveríamos incomodar os outros. São questões indiferentes, onde cabe a cada um estar seguro de sua posição (Rm 14:5).
Só devemos abordar o irmão por aquilo que for claramente e inegavelmente pecaminoso.


ROTEIRO PASSO-A-PASSO

1 – A disciplina é requerida quando a consciência é ofendida. Devia a própria pessoa corrigir-se do seus pecados, mas se não parece ser assim, e você está cônscio do pecado de alguém, esta consciência é o chamado para ajudarmos nosso irmão, nem que seja apenas pela oração. Mas devemos considerar nesse momento, em oração diante de Deus, a decisão de ir ao encontro de nosso irmão para o bem dele. Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão (Gl 6:1).

2 – Ainda que seja você o ofendido, deve procurar o irmão para reconciliação. Se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só (Mt 18:15). Certamente que o outro irmão também deveria lhe procurar, segundo Mt 5:23; no caso ideal, ambos vão se encontrar no meio do caminho.

3 - Seja amistosos, mansos, humildes em todo falar e proceder. (Gl 6:1).

4 - Renunciemos ao espírito de julgamento. Não julgueis para que não sejais julgados. Porque com a medida que julgardes sereis julgados (Mt 7:1,2). Como já dissemos, nossa posição é de médico, não de juiz.
Devemos avaliar com cuidado e abordar motivados pelo amor que se preocupa, lembrando que estamos todos no banco de réus. Que fique claro desde o início que a disciplina cristã é uma conversa de pecador para pecador.


5 – Devemos, antes de falar do pecado do irmão, começar confessando nossos próprios pecados. Por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão (Mt 7:3-5).
Se o objetivo da disciplina é conduzir nosso irmão ao arrependimento, certamente devemos fazer isso dando exemplo em nós mesmos. A confissão verbal de uma falta específica e concreta durante a conversa vai criar o ambiente propício ao arrependimento. Será a prova de que estamos indo ao encontro desarmados. É a atitude coerente para quem quer sinceramente o bem do seu irmão. E, Deus querendo, poderá ser um incentivo para a confissão do irmão a quem abordamos.

6 - Conciliação – Se ele te ouvir, ganhaste teu irmão. Ter sempre em mente que o objetivo da conversa é reconciliação, contigo, com o próximo e com Deus. Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos (Zc 4:6).

7 - Não é para falar apenas uma única vez. Enquanto há esperança de arrependimento, você continua. Significa que devemos fazer isso várias vezes, e orar várias vezes. E de novo, e de novo. E continuar tentando falar com a pessoa. Até quando? ATÉ QUE ELE NÃO NOS OUÇA. Isto é, que diga: “não fale mais disso comigo”. ATÉ QUE O IRMÃO NÃO NOS PERMITA MAIS.

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