Quer entender a Bíblia?

domingo, 1 de junho de 2008

Somente por Cristo chegamos a Deus (2a parte)

Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.(Jo 10:9)

O único acesso a Deus

Estamos vendo o quanto é inútil buscar purificação, conhecimento, experiências, ministérios e obras por nós mesmos. Só encontraremos condenação.
Todas as nossas justiças são como o trapo da imundícia (Is 64:6), e Deus é tão puro de olhos que não pode ver o mal (Hc 1:13), ao culpado não tem por inocente (Na 1:3), ninguém verá a Sua face e viverá (Ex 33:20). A Lei de Deus exige a perfeição que não temos.
Mas Cristo cumpriu a Lei perfeitamente na Sua vida (Hb 7:26). Os pecados dos homens exigem castigo, mas Ele recebeu esse castigo através da Sua morte na cruz, pagando o preço dos nossos pecados (1Jo 2:2). Por isso, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, e não confiam em si mesmos (Hb 7:25).
Só por meio da aliança com Cristo recebemos a graça e a misericórdia de Deus.
Não há salvação fora de Cristo. Fora de Jesus só podemos encontrar juízo e condenação. Somente a face justa de Deus nos aparecerá.
A face salvadora de Deus só nos aparece na face de Cristo. Somente nAquela face que conhecemos a glória de Deus (2Co 4:6). Só naquela obscura cruz, e não numa visão de glória, é que somos alcançados por Deus para salvação.
E relembrando as incapacidades humanas expostas por Rm 3:10-12, vemos com alegria o quanto elas são supridas nesta aliança de fé em Cristo:
Não somos justos (Rm 3:10), mas Cristo foi justo em nosso lugar (2Co 5:21);
Não podemos entender (Rm 3:11), mas Jesus nos é revelado como Salvador (Mt 16:15-17);
Não buscamos a Deus (Rm 3:11), mas o Espírito Santo vem morar em nós (Ef 2:22);
Somos inúteis para salvar (Rm 3:12), mas basta apontarmos para Cristo (At 16:30,31).
Não fazemos o bem (Rm 3:12), mas somos justificados ao confiarmos em Cristo, sem as obras da lei (Rm 3:28).
Uma vez entrando pela única Porta, a confiança plena em Cristo com Salvador, aí sim, aquelas realidades que o homem busca pela religião (purificação, conhecimento, experiências, ministérios e obras) acontecerão em sua vida, mas da maneira ordenada por Deus, e principalmente, como fruto da nossa ligação com Cristo, único mediador.
Somos purificados não pelo nosso esforço, mas pelo sangue de Cristo.
Compreendemos as coisas de Deus pelo ensino do Espírito Santo.
Buscamos a Deus pela influência do Espírito Santo.
Não dependemos de ministros, mas Deus dá ministérios a todos para que ajudemos uns aos outros a crescerem.
Passamos a fazer o bem não para sermos salvos, mas com o único motivo de agradecer a salvação gratuita.




É isso o que disse Jesus: Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15:5).
Todas estas coisas acontecem na vida do crente não como escadas para tentarmos subir e tocar a Deus, mas como fruto espontâneo da nossa união com Cristo, nosso único mediador das coisas de Deus, o único digno de receber toda glória.
Não fomos nós que subimos a Ele. Ele é que desceu e tirou-nos do abismo.
Não nos moldamos à vontade de Deus. Ele é que nos modela pela Sua graça.
Não construímos escadas para Deus. Cristo mesmo é a única escada.


Estais perfeitos nEle (Cl 2:10)

Tendo dito estas coisas, agora podemos refletir quais serão as conseqüências para a doutrina cristã, se adotarmos firmemente como nossa verdade o princípio reformado de que somente por Cristo chegamos a Deus?

1 - Não precisamos esconder nossos defeitos e imperfeições dos outros para pregar o Evangelho.
A verdade de que SÓ CRISTO CONDUZ A DEUS nos liberta da necessidade de sermos perfeitos aos olhos do mundo.
O mundo pode e deve enxergar nossos pecados, para que saiba que o Filho do Homem veio buscar o que se havia perdido, não veio chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento; que a igreja não é um clube de santos, mas um hospital de pecadores; que nós encontramos a cura, mas ainda estamos sendo curados.

2 – Devemos manter nossa espiritualidade simples na confiança em Cristo.
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.) Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.) Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido (Rm 10).
Esse texto afirma que a nossa vida com Deus através de Cristo e por causa de Cristo é extremamente simples. Nossa religião se resume em confiar e obedecer, tudo que passar disso é especulação humana.
Não digas em teu coração: quem subirá ao céu?
Não digas: quem trará do alto a Cristo?
A Palavra nos ordena: Não digas isso, ou seja:
Não precisamos fazer viagens ao céu. Precisamos crer no Evangelho que veio do céu.
Não precisamos de aparições de Cristo. Precisamos confiar totalmente em Cristo.
Não precisamos de experiências arrebatadoras. Precisamos negar a nós mesmos.
Não precisamos de visões. Precisamos ouvir a Palavra.
Apenas devemos crer na Palavra que está próxima de nós. Crermos em Cristo como nosso Senhor. Basta crer nEle para ter segurança. A Palavra diz que isto é suficiente.
Mas como nem sempre Cristo satisfaz nosso coração ambicioso, Paulo disse aos coríntios: temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo (2Co 11:3).

(continua)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...