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segunda-feira, 9 de junho de 2008

2º PASSO – A AJUDA DE UM OU DOIS IRMÃOS

Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra. (2Co 13:1b)

O primeiro passo da disciplina deveria ser suficiente para promover o arrependimento no irmão que vimos pecar, principalmente se repetirmos a abordagem várias vezes. Mas é possível que nosso irmão não demonstre nenhum arrependimento pelo pecado, nem reconheça o pecado, nem se disponha a mudar o seu comportamento.
Se o primeiro passo for infrutífero, e o irmão ou irmã não der ouvidos à abordagem prescrita anteriormente, o próximo passo é chamar uma ou duas testemunhas. Mt 18:16 diz: "Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça".

Por quê pedir ajuda? Para dar maior discernimento a quem está exortando. Ele precisa se certificar que não está fazendo tempestade em copo d´água. Ele precisa do conselho e da perspectiva de outras pessoas. Que o ajudem a entender a situação, a confirmar os fatos e procedimento abordado. Podem ajudar a discernir se houve ou não arrependimento genuíno.
Quando é a hora certa de passar do passo 1 ao passo 2? Varia muito de caso a caso. Devemos pedir a Deus discernimento e sabedoria para ver quando não há mais progresso no contato individual e está caracterizado que a parte ofensora não "quer ouvir".
O que acontece na conversação do segundo passo? Primeiramente, o ofendido volta a falar basicamente o mesmo que falou no primeiro estágio da disciplina, agora diante da(s) testemunha(s). Em segundo lugar, ofensor naturalmente irá querer falar à(s) testemunha(s), e deve fazê-lo. Em terceiro lugar, as testemunhas darão seus conselhos, e a conversa prossegue. Tudo deve ocorrer envolvido pela oração sincera que busca em Deus a solução para o problema.



ROTEIRO DO 2º PASSO
1 – No segundo passo, o SEGREDO do processo deve ser mantido. Nesta hora não é para sair contando para as testemunhas que você chamar qual o pecado e os detalhes do problema, é para chamá-los para serem testemunhas da conversa, os detalhes serão conhecidos SOMENTE SE ELES PARTICIPAREM DA CONVERSA. Só quando estiverem o ofendido, o ofensor e as testemunhas reunidas entre si é que os detalhes devem ser colocados, porque aí é justo para as duas partes.
Todo o processo se dará em conversas particulares (sem a audição de terceiros), inclusive o convite para alguém ser testemunha.

2 – Observe o número de pessoas a serem chamadas para ajudar: UMA, ou no máximo DUAS (Mt 15:16). As duas ou três desse versículo se refere à soma das testemunhas com o ofendido. Não se deve envolver um número maior de pessoas.

3 – Recomendações na hora de chamar a(s) pessoa(s) que vai ajudar no processo:
a) Chame obrigatoriamente:
- Crentes sábios, confiáveis e discretos que sejam capazes de manter segredo sobre o assunto.
- Crentes maduros, respeitados e reconhecidos como pessoas espirituais por vocês dois. Pessoas que já têm a capacidade para lidar com esse tipo de problema.
- Crentes IMPARCIAIS, e isso é essencial.
b) Chame preferencialmente:
- Membros da mesma igreja dos litigantes.
- Crentes com mais tempo de vida cristã que você e o ofensor.
- Crentes que trabalham num ministério pastoral ou de aconselhamento.

4 – As funções da(s) testemunha(s):
a) Avaliar se o primeiro passo da disciplina foi executado corretamente.
b) Avaliarem se realmente há pecado, da parte de quem, e se tem havido arrependimento do pecado.
c) Ouvir com consideração as alegações do ofensor.
d) Atuarem como pacificadores, se for um caso de ofensa pessoal. Serem moderadores da conversa, reparar as atitudes erradas de ambos.
e) Garantir o clima de cortesia, respeito e, principalmente, oração.
f) Aconselhar o procedimento a seguir, de acordo com a situação. NÃO IMPOR UMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA, mas compartilhar princípios bíblicos. A não ser no caso em que o ofensor e o ofendido concordam em dar a eles a autoridade para dizer a eles o que fazer no caso. Se eles delegarem esta autoridade para as testemunhas, estas poderão arbitrar, e sua recomendação deverá ser seguida.

5 - O pronunciamento das testemunhas: Após ouvirem aos dois, as testemunhas participam do encaminhamento do processo de disciplina, da exortação, do aconselhamento, Não são testemunhas silentes. Mt 18:17 fala do "depoimento" delas, que também pode ser ouvido ou não pelo ofensor.
Sendo o caso, devem as testemunhas promover o arrependimento com argumentação mansa e amorosa, até mesmo com seus próprios reconhecimentos de pecado.
6 – Mudança possível de rumo. Pode acontecer que as testemunhas, uma vez ouvindo a explicação do ofensor, não concordem inteiramente com todas as alegações do ofendido. Neste caso as testemunhas devem aconselhar aos dois o procedimento a seguir, segundo cada situação específica.
7 – Reconhecendo-se o pecado, convida-se ao arrependimento. Se as testemunhas entendem que permanece o pecado, devem recomendar ao ofensor o arrependimento do pecado e a fé em Cristo para perdão dos pecados. Todos, incluindo o ofensor, devem recorrer à Bíblia para o esclarecimento da situação.
Tanto agora, como no primeiro passo, havendo arrependimento e confissão, deve-se exaltar o Senhor Jesus como o Salvador que nos providencia o perdão dos pecados. Assegurar ao ofensor que não há mancha que o sangue de Jesus não possa lavar. Convidá-lo a confiar plenamente na sua salvação.
Avaliando a disposição do ofensor em se arrepender ou não, em mudar ou não, a comissão formada pelas testemunhas e pelo ofendido devem também avisá-lo dos próximos passos da disciplina, que poderão ser tomados caso não haja mudança.
8 – Até quando? Enquanto há esperança de arrependimento, você e as testemunhas continuam. A comissão recém formada para tratar do problema deve conversar com a pessoa várias vezes, e orar várias vezes. E de novo, e de novo. E continuar tentando convencer a pessoa a se arrepender. Até quando? Até que ele não os ouça. isto é, que diga: “não fale mais disso comigo”. Até que o irmão não os permita mais. O que os levará ao terceiro passo da disciplina.

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